Diet of the gracile mouse opossum (Gracilinanus microtarsus) (Didelphimorphia: Didelphidae) in a Brazilian cerrado: patterns of food consumption and intrapopulation variation

Abstract

The diet of the gracile mouse opossum Gracilinanus microtarsus was studied in a cerrado remnant in south-eastern Brazil through the analysis of faeces sampled from adult individuals. Patterns of food resource consumption were assessed using the statistics of per cent occurrence. Intrapopulation variation in the number of food items detected in faeces as a function of relevant factors was inferred using generalized linear models. The latter statistical formalism also allowed variation in the number of food items detected in faeces to be interpreted in terms of rate ratios among levels of significant factors. Insects, spiders, snails and fruits were detected in the faeces of G. microtarsus, with insects, particularly termites, beetles and ants, being the most frequently detected food resource. These food resources were consumed in proportion to their relative abundance in the cerrado, suggesting that G. microtarsus is an opportunistic forager feeding primarily on insects. The generalized linear model identified sex, season and food resource as significant factors affecting the number of food items detected in faeces, as well as interactions between sex and season and season and food resource. Rate ratios calculated between sexes within seasons showed that the number of food items detected in the faeces of males was larger than that detected in the faeces of females in the warmwet and cool-dry seasons. Rate ratios calculated between seasons within sexes showed different trends in the number of food items detected in faeces for each significant food resource. It is suggested that differences in the number of food items detected in faeces between sexes within season and between seasons within sexes are related to energetic requirements associated with reproduction.

Growth and home range size of the gracile mouse opossum Gracilinanus microtarsus (Marsupialia: Didelphidae) in Brazilian cerrado

“…Gracilinanus microtarsus has a polygynous mating system and mating is concentrated in a short period between August and September (the end of cool-dry season) allowing females to rear their offspring during the first half of the warm-wet season (October to December) (Martins et al 2006a) when insects, the main food resource for this species (Martins & Bonato 2004, Martins et al 2006b, are highly abundant in the cerrado (Pinheiro et al 2002). Therefore, weaning probably occurs at the beginning of the warm-wet season.…”

Frugivoria e potencial dispersão de sementes pelo marsupial Gracilinanus agilis (Didelphidae: Didelphimorphia) em áreas de Cerrado no Brasil central

“…Estudos desta natureza são de grande importância para o entendimento da dieta da fauna de forma geral, uma vez tais fatores podem explicar como a espécie pode apresentar diferentes papéis ecológicos. Por exemplo, G. microtarsus apresenta diferenças entre machos e fêmeas em relação ao consumo de insetos (Martins et al 2006). Entretanto, ainda não foi realizado um estudo que avalie tal variação intraespecífi ca no consumo de frutos para qualquer espécie de Gracilinanus.…”

“…Um possível motivo para a escassez de estudos referentes ao papel de pequenos marsupiais como dispersores pode ser a constatação do pouco consumo de frutos por estes animais (Martins et al 2006;Lessa & Costa 2009). No entanto, dois possíveis fatores podem fazer com que o consumo de frutos por esses animais seja subestimado: a alta taxa de digestão da polpa (Caron et al 1985;Astúa de Moraes et al 2003) e o ato de cuspir as sementes (Leiner & Silva 2007 Lessa & Costa 2009); 2) O consumo de frutos é maior na estação chuvosa, uma vez que a abundância de frutos aparentemente também é maior nessa época do ano (q.v., Batalha & Martins 2004); 3) Fêmeas se alimentam mais de frutos em comparação aos machos, como refl exo da maior demanda energética quando estas estão reprodutivas; 4) Fêmeas reprodutivas se alimentam mais de frutos em relação às não reprodutivas, uma vez que demanda energética destas é maior, e frutos possuem quantidades relevantes de açúcar (fonte direta de energia para o organismo); 5) Esse marsupial se alimenta dos frutos na mesma proporção em que eles ocorrem na natureza, uma vez que trata-se de um frugívoro aparentemente generalista (Martins et al 2006;Lessa & Costa 2009).…”

Recursos Alimentares Nos Estratos Verticais E Sua Relação Com Pequenos Mamíferos Em Uma Floresta De Araucária Do Sul Do Brasil

“…Isto pode caracterizar uma dieta oportunista, caracterizada pelo maior consumo daqueles itens alimentares com maior abundância relativa. Este comportamento parece ser uma tendência para diversos mamíferos (Smith, 1986), incluindo alguns marsupiais neotropicais como G. microtarsus (Martins et al, 2006) Mcclearn et al (1994) constataram que o sucesso de captura na área foi maior durante este período do que durante o início da estação chuvosa, quando muitos frutos estão disponíveis na floresta.…”