As neoplasias que acometem intestinos de cães são de baixa ocorrência e representam menos de 10% de todas as neoplasias malignas na espécie. Os sinais observados podem incluir tenesmo, diarreia, disquesia, hematoquezia, prolapso anal, anorexia e perda de peso. O prognóstico é bom quando as lesões são localizadas e sua ressecção é completa, mas metástases podem ser observadas em casos mais avançados. O presente relato tem como objetivo expor o caso de um adenocarcinoma retal em um cão, que foi removido através do acesso de osteotomia púbica e isquiática bilateral. A cadela da raça West England Terrier, de nove anos de idade, foi atendida com queixa de sangramento anal, diarreia e hematoquezia há cinco meses. Ultrassom abdominal indicou extensa neoformação intraluminal em porção distal de cólon descendente, com espessamento e perda de estratificação parietal. Colonoscopia caracterizou a massa hemorrágica em reto, com cerca de cinco centímetros de comprimento. Exame histopatológico de fragmentos da massa diagnosticou carcinoma retal. Realizada tomografia computadorizada de abdome e pelve, que também identificou a neoformação intraluminal em reto, sem sinais de obstrução. Não havia sinais de metástase pulmonar ao exame radiográfico e outros exames de triagem não possuíam alterações. Optou-se então pela ressecção cirúrgica da massa, sendo necessária extensão da celiotomia mediana para osteotomia púbica e isquiática bilateral, garantindo o acesso às porções de cólon e reto acometidas, que foram totalmente removidas por enterotomia. A avaliação histopatológica final confirmou o diagnóstico de adenocarcinoma intestinal. A técnica descrita possibilita exposição satisfatória da cavidade pélvica, assim como maior segurança no acesso às suas estruturas. No caso em questão, o planejamento e a técnica cirúrgica adequada permitiram ressecção completa da neoplasia, proporcionando à paciente qualidade de vida a longo prazo.