Diagnóstico do atropelamento de mamíferos silvestres em estradas na bacia do alto Paraguai

Abstract

O atropelamento de fauna silvestre em estradas é responsável pela perda direta de milhões de indivíduos anualmente no Brasil, sendo importante acessar, compreender e mitigar seus impactos. Apresentamos um diagnóstico sobre o atropelamento de mamíferos na bacia hidrográfica do alto Paraguai (BAP), com o objetivo de acessar o atual estado de conhecimento, identificar lacunas e propor medidas de conservação e mitigação. Os dados foram coletados através de uma revisão sistemática da literatura científica, posteriormente caracterizados de acordo com tipo de estudo, localidade na BAP, riqueza e status de conservação de espécies e taxas de atropelamento. Identificamos 15 estudos que realizaram monitoramentos sistemáticos de atropelamento, a maioria em estradas do Mato Grosso do Sul. Entre eles, 93% dos monitoramentos foram realizados por carro, com uma duração média de 14 meses. Compilamos 5.241 indivíduos atropelados, distribuídos em dez ordens e 47 espécies, sendo a ordem Carnivora a mais representativa. Doze espécies apresentaram o status de ameaçada de extinção em nível nacional; destas, o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) possui as maiores médias de taxas de atropelamento. Nosso diagnóstico se mostrou importante para identificar espécies vulneráveis aos efeitos dos atropelamentos, nortear novas pesquisas e auxiliar nas estratégias em políticas públicas e mitigação de impactos.

Análise Da Ação Antrópica Por Meio De Atropelamentos Em Mamíferos Silvestres Prenhes Encaminhadas Ao Museu De Ciências Naturais Da Pontíficia Universidade Católica De Minas Gerais

“…No presente estudo foi possível fazer inferência das características reprodutivas das espécies estudadas correlacionando aos acidentes automobilísticos como uma das causas de risco de extinção. Alguns trabalhos apontam a ordem Carnivora como uma das que mais sofrem com atropelamentos (ARAÚJO DUARTE et al, 2022;BERNSDORF, 2022;PINTO et al, 2021), conforme também registrado no presente trabalho (n=26 fêmeas). Hill et al (2020) em um estudo apontaram que a ordem Carnivora (40 espécies -34%) seguida por Artiodactyla (24 espécies -20%) e Rodentia (21 espécies -18%) foram as ordem mais registradas que utilizavam rodovias.…”

Primeiro registro documentado do furão-pequeno Galictis cuja (Molina, 1782) no estado do Piauí, Nordeste do Brasil

“…2011), apresenta uma dieta generalista incluindo invertebrados, pequenos mamíferos, répteis, anfíbios, aves, ovos e frutos(Kraus & Rödel 2004;Reis et al 2011;Schmitt & Favretto 2021), sendo considerada uma espécie escansorial, capaz de explorar diversos estratos de vegetação florestal(Reis et al 2011).O furão-pequeno possui uma ampla distribuição na América do Sul, com registros na Bolívia, no Paraguai, no Chile e na Argentina(Cheida et al 2011;Poo-Muñoz et al 2014). No Brasil, ocorre em áreas de Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal(Fischer 1997;Kasper et al 2013;Pinto et al 2022). Apesar de sua extensa área de ocorrência no país, ainda existem grandes lacunas amostrais de distribuição para essa espécie(Kasper et al 2013), inclusive no nordeste brasileiro.…”