Este artigo tem como objetivo discutir acerca das possibilidades de aprimoramento da representação dos interesses da sociedade frente aos desafios das mudanças climáticas a partir da análise do índice ICO2 da B3. Para ensejar a discussão as análises foram conduzidas em três dimensões: a dimensão da metodologia do índice, englobando os aspectos metodológicos do indicador; a dimensão dos elementos capturados pelo indicador em relação às emissões do GEE, a partir de uma regressão logística; e a dimensão dos marcos políticos. As informações quantitativas referentes ao índice ICO2 foram obtidas da B3, enquanto informações financeiras foram coletadas na Economática®, ambas para um quantitativo de 68 empresas, referente ao ano de 2021, tendo como suporte o emprego do método de regressão múltipla linear. Ao confrontar a estrutura metodológica do indicador, os dados resultantes do modelo econométrico e as recomendações de organismos oficiais a luz da teoria proposta, sugerimos aprimoramentos situados em duas dimensões. A primeira vertente se dirige à condução do processo de elaboração e monitoramento do índice, os quais poderiam instar a participação democrática de segmentos como a academia para auxiliar na proposição da métrica e a segunda vertente é informada pelo conjunto de critérios metodológicos com potencial de aprimoramento da métrica considerando as vulnerabilidades e riscos socioambientais do sul global. São levantados aspectos concernentes as condições dos países emergentes e a exposição a múltiplos riscos frente a mensuração do índice de carbono, sinalizando a necessidade de criação de uma nova forma de evidenciação relevante para a sociedade ao incorporar aspectos relacionado ao compliance social e ambiental mais robustos. Esta pesquisa visa oferecer uma dupla contribuição: inspirar a área com o uso de métodos mistos e propõe ampliar a representação social no índice, além de lançar discussões sobre as possibilidades de aprimoramento do indicador.