Desejos e biomedicalização do parentesco: arranjos sociais e “limites” interpessoais entre mulheres soropositivas

Abstract

Neste artigo, analiso os contornos subjetivos em torno do “desejo” de tornar-se mãe para três mulheres e mães jovens soropositivas, de camadas populares do Rio de Janeiro. Tomo as tecnologias médicas que elas foram contempladas como um marco importante na construção da “biomedicalização do parentesco” que, entre outras coisas, permite pensar antropologicamente sobre o valor dado aos arranjos sociais. Também destaco os “limites” nas relações interpessoais delas, sobretudo nas relações conjugais, cuja experiência do “abandono” devasta o projeto de família. O artigo, portanto, concentra-se nas esferas do “desejo”, parentalidade, arranjos sociais e “limites” interpessoais.

Maternidade de mulheres vivendo com HIV e sua relação com o tratamento antirretroviral: estudo de revisão sistemática

“…Segundo Nelvo (2018), estar em tratamento, ter boa adesão e carga viral menor que 1000 cópias/mL pode significar o aconselhamento de um parto normal por parte de seu médico Outros desafios encontrados a partir da inserção de novas tecnologias à vivência da maternidade para mulheres que vivem com HIV, é a importância posta sobre a adesão ao tratamento. O Ministério da Saúde (BRASIL, 2010) aponta para a importância do manejo de efeitos colaterais a fim de que não haja malefícios à adesão de gestantes à terapia antirretroviral.…”

“…infectologista a equipe de obstetras, enquanto cesáreas eletivas geralmente ocorrem em casos de não tratamento por abandono ou recém diagnóstico(NELVO, 2018). Segundo o Ministério da Saúde, o trabalho de parto e o parto são evidenciados como momentos de maior chances de transmissão vertical (cerca de 65% dos casos gerais), seguidos dos casos de transmissão intraútero, especialmente nas últimas semanas de gestação (35% dos casos) e do aleitamento materno após o nascimento.…”