Dedico esta tese aos meus filhos, Tom e Elis, pois eles provaram para mim a existência concreta da continuidade da vida para além do meu corpo. À minha amada Bruna, por tornar tudo isso possível. À minha estimada avó Maria, que nos deixou antes da hora, vítima da Covid e dos negacionismos.
AGRADECIMENTOSNão foi possível obter financiamento em nenhum momento da investigação. Por esse motivo, ao longo dos últimos cinco anos, naveguei nas incertezas do mundo do trabalho; experimentei as belezas e desafios da paternidade por duas vezes, realizei as disciplinas constituintes do doutoramento com relativa destreza, e venci a etapa da qualificação. E, o mais importante, fui encorajado a seguir, por amigos, parentes, esposa e orientador. A generosidade de muitos garantiu a finalização deste trabalho. Espero que este texto retribua, ao menos parcialmente, tamanha dedicação e carinho.De certa forma, a conclusão do doutorado encerra um ciclo iniciado em 2006, ano em que me matriculei no curso de ciências sociais, na USP (Universidade de São Paulo). Sou "cria" do Grajaú, bairro situado nas bordas de São Paulo, às margens da represa Guarapiranga. Minha trajetória escolar se deu em escolas públicas da região. Da minha família, somente minha tia Eonice havia, à época, conquistado o ensino superior. Portanto, acessar a USP era, para mim, uma quase utopia. Findado o doutorado, parece-me que o sonho de outrora só precisava de apoios qualificados.Apesar de distante no tempo, preciso agradecer à minha primeira orientadora, a antropóloga Ana Cláudia Marques, que me incentivou a seguir carreira acadêmica. Fui relapso, abandonei-a no percurso, pois precisei voltar ao mercado de trabalho em 2008.Afinal, a bolsa de iniciação científica não garantia meu sustento. Em uma conversa de orientação, Ana Cláudia me disse que o Estado é como uma tatuagem, ele se inscreve e se instaura no corpo do súdito/cidadão. De certa forma, esta tese é tributária desse profundo ensinamento. As máquinas que investiguei talvez sejam os novos mecanismos de inscrição corporal do Estado. São suas novas tatuagens.Finalizei a graduação em 2010, porém só voltei à universidade em 2014, ano em que ingressei no programa de pós-graduação da Feusp (Faculdade de Educação da USP), como estudante de mestrado. Concomitantemente, tornei-me professor de sociologia. Lecionei, durante alguns meses de 2015, na escola estadual em que cursei todo o ensino médio. E, como uma espécie de lei do eterno retorno, sou colaborador voluntário na mesma escola Professor Alberto Salotti, devido ao meu atual ofício no programa Escolas2030. Meu pensamento sobre educação se deve, em grande medida, às experiências que tive nesse colégio. Agradeço à atual equipe gestora da unidade, que teve a coragem de romper o ciclo autoritário que teimava em resistir na escola. Para não ser injusto com os demais, cito nominalmente o diretor Anderson, porta-voz da atual equipe, que está à frente desse processo necessário de abertura da escola à comunidade. Parabéns pela coragem! E por me acolher tão gentilmente em ...