2022
DOI: 10.1080/09505431.2022.2105691
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Demarcating Patriotic Science on Digital Platforms: Covid-19, Chloroquine and the Institutionalisation of Ignorance in Brazil

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
1
1

Citation Types

0
1
0

Year Published

2022
2022
2024
2024

Publication Types

Select...
3
1

Relationship

0
4

Authors

Journals

citations
Cited by 4 publications
(2 citation statements)
references
References 45 publications
0
1
0
Order By: Relevance
“…The COVID-19 pandemic has drawn attention to the political underpinnings of some popular treatments, in a colloquial sense of “political,” involving or associated with governments, political parties, and ideological movements and actors. The promotion of hydroxychloroquine (a malaria treatment that attracted attention in France, the United States, South America, and elsewhere), for instance, has been variously described as the outcome of medical populist performances by far-right leaders and alt-science preachers (Casarões and Magalhães 2021), a result of the calculated use of social media and “institutionalized ignorance” to create a “patriotic science” (Fonseca, Ribeiro, and Nascimento 2022, 2) and intertwined with activist efforts around the “shaping and validation of new medical knowledge and practices” (Berlivet and Löwy 2020, 527).…”
Section: Introduction: the Polymorphous Politics Of Pharmaceuticalsmentioning
confidence: 99%
“…The COVID-19 pandemic has drawn attention to the political underpinnings of some popular treatments, in a colloquial sense of “political,” involving or associated with governments, political parties, and ideological movements and actors. The promotion of hydroxychloroquine (a malaria treatment that attracted attention in France, the United States, South America, and elsewhere), for instance, has been variously described as the outcome of medical populist performances by far-right leaders and alt-science preachers (Casarões and Magalhães 2021), a result of the calculated use of social media and “institutionalized ignorance” to create a “patriotic science” (Fonseca, Ribeiro, and Nascimento 2022, 2) and intertwined with activist efforts around the “shaping and validation of new medical knowledge and practices” (Berlivet and Löwy 2020, 527).…”
Section: Introduction: the Polymorphous Politics Of Pharmaceuticalsmentioning
confidence: 99%
“…Em quase três anos, a Covid-19 atingiu cerca de 700 milhões de pessoas e 7 milhões mortes ao redor do mundo, tirando a vida de mais de 700 mil brasileiros (OUR WORLD IN DATA, [2022]) e transformando nossas vidas para sempre� Ao longo da crise, vivenciamos sentimentos de esperança, frustração, angústia e indignação, ao mesmo tempo em que fomos expostos a uma abundância tanto de informação quanto de desinformação, que se espalharam como o próprio vírus� Não por acaso, foi emblemática a declaração do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, de que a luta não seria "apenas contra uma pandemia", mas também contra uma "infodemia", em que as fakes news que se espalham "mais rápidas que o próprio SARS-CoV-2"� Especialmente no Brasil, onde diversos pesquisadores puderam constatar políticas oficiais e extraoficiais para desinformar, negligenciar ou minimizar os riscos da Covid-19 (GIOR-DANI et al�, 2021;HALLAL, 2021;FONSECA et al�, 2022, DI GIULIO et al�, 2023, a declaração de Adhanom pareceu um tanto otimistas� No País, diferentes indivíduos e grupos buscaram moldar a percepção pública de forma contrária ao consenso científico e às recomendações da OMS, difundindo desinformações habilmente em redes sociais e aplicativos de mensagens, se beneficiando tanto do funcionamento dos algoritmos de plataformas (CESARINO, 2019; VASCONCELLOS-SIL-VA e CASTIEL, 2020) quanto da incompreensão e de preconceitos pré-existentes entre indivíduos na sociedade (COSTA et al�, 2021)� As declarações proferidas pela OMS de que se tratava de uma "emergência de saúde global e, posteriormente, de uma "pandemia" não se deram de forma for-tuita� É inegável que foram consideradas características epidemiológicas como, por exemplo, taxas de transmissão e infecção, letalidade, gravidade dos sintomas, e respostas imunológicas� Contudo, a despeito de sua materialidade factual, pode--se dizer que a Covid-19 em si não "existe socialmente" até que seja enquadrada e legitimada enquanto tal� Como preconiza a abordagem da sociologia construcionista, importa menos se um problema existe objetivamente� Importa mais, de fato, como a questão foi e é tratada por diferentes atores sociais, indivíduos e sociedade, que atribuem seus interesses, valores e visões de mundo� É precisamente pelos processos de construção social que indivíduos, grupos e instituições definem quando a Covid-19 será enquadrada como uma emergência de saúde global e a partir de quando o surto passa à condição de pandemia� Em última instância, construir a Covid-19 socialmente determina os modos que indivíduos e grupos se relacionam com seus riscos e ameaças no cotidiano, sendo capaz de explicar comportamentos tais como a aderência ao distanciamento social e uso de máscaras, mas também o uso de substâncias não comprovadas ou, ainda, a hesitação vacinal e a adoção e difusão de teorias de conspiração� A infodemia, característica marcante da crise da Covid-19, tem sido definida como o excesso de informações, algumas precisas e outras não, que torna difícil, a qualquer indivíduo a tarefa de encontrar fontes idôneas e orientações confiáveis quando se precisa (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2020)� Com a ampla adoção de smartphones, redes sociais e aplicativos de mensagens, há facilidades para a difusão de um amplo espectro de desinformações, tais como, rumores, boatos, falsidades, teorias da conspiração, conteúdos fora de contexto e discursos de ódio� Produzidos, consumidos e compartilhados em razão da incompreensão (WARDLE e DERAKHSHAN, 2017) ou motivada pela ação coordenada e patrocinada de grupos intencionados…”
Section: Introductionunclassified