2019
DOI: 10.1590/1807-01912019253472
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Da modernização à autoridade: a grande imprensa brasileira, entre a ditadura e a democracia – Folha de S. Paulo e O Globo, 1964-2014

Abstract: Resumo A proposta deste artigo é problematizar o processo de institucionalização da chamada grande imprensa no Brasil, pensada sob o viés de um outro “quarto poder”, entre a ditadura e a democracia. A análise será pautada nos jornais Folha de S. Paulo e O Globo, duas empresas que, da modernização autoritária que sofreram durante a ditadura à sua postura como agentes incisivos no processo de redemocratização, caminharam por processos muitas vezes ambíguos e tortuosos. Para isso o artigo pretende identificar, em… Show more

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“…A grande imprensa brasileira é um dos setores empresariais que tem sido foco de estudos quando se busca compreender as relações imbricadas entre empresariado e ditadura militar no Brasil (ver Abreu, 2005a;Biroli, 2009;Carvalho, 2015;Dias, 2019;Campos, 2018;Perlatto, 2019) e as articulações e a cumplicidade de empresas com seus órgãos de repressão (ver Bonsanto, 2022;Santos;Costa, 2022;Ribeiro, Bonsanto;Daemon, 2023). Este interesse de pesquisadores de várias áreas do conhecimento -e que já construiu uma historiografia bastante amadurecida e consolidada -pode ser explicado pelo fato da imprensa ser compreendida como um ator social e político empresarial que se configura como uma fonte importante na construção e negociação de consensos (Capelato, 2014).…”
Section: Introductionunclassified
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“…A grande imprensa brasileira é um dos setores empresariais que tem sido foco de estudos quando se busca compreender as relações imbricadas entre empresariado e ditadura militar no Brasil (ver Abreu, 2005a;Biroli, 2009;Carvalho, 2015;Dias, 2019;Campos, 2018;Perlatto, 2019) e as articulações e a cumplicidade de empresas com seus órgãos de repressão (ver Bonsanto, 2022;Santos;Costa, 2022;Ribeiro, Bonsanto;Daemon, 2023). Este interesse de pesquisadores de várias áreas do conhecimento -e que já construiu uma historiografia bastante amadurecida e consolidada -pode ser explicado pelo fato da imprensa ser compreendida como um ator social e político empresarial que se configura como uma fonte importante na construção e negociação de consensos (Capelato, 2014).…”
Section: Introductionunclassified
“…É dentro desse contexto que este artigo tem como objetivo compreender a construção histórico-discursiva (AHD) do Jornal Folha de S.Paulo acerca da sua atuação como grande imprensa na ditadura civil-militar brasileira. A escolha da Folha de S.Paulo como objeto de pesquisa ocorreu devido (1) ao fato desta ser uma empresa jornalística representativa da grande imprensa brasileira, tendo em vista a sua expressiva capacidade de circulação; (2) à influência que esta exercia na sociedade durante o período estudado (Motta, 2013;Dias, 2019); e (3) aos seus vínculos com o novo governo instalado em 1964 (Pires, 2008;Dias, 2012) e posteriores benefícios provenientes desta relação (Bonsanto, 2022).…”
Section: Introductionunclassified
“…A presente tese, de natureza qualitativa e documental, delimita-se a partir dos seguintes parâmetros: primeiro, o foco de análise não reside na imprensa alternativa, mas em um jornal representativo da grande imprensa paulista, tendo em vista evidências do expressivo impactocapacidade de circulação e influênciaque exerciam na sociedade e na formação de uma opinião pública nacional em uma época que a televisão ainda estava em processo de consolidação (MOTTA, 2013;DIAS, 2019). Segundo, como já mencionado, o foco de análise não contempla todos os discursos existentes nos jornais, como, por exemplo, reportagens, comerciais de anunciantes e colunas de jornalistas.…”
Section: Os Editoriaisunclassified
“…Em setembro de 1977, uma crônica que fazia críticas sutis à hierarquia militar, publicada pelo jornalista Lourenço Diaféria, provocou uma série de complicações à Folha de S.Paulo, dentre as quais a demissão de Cláudio Abramo, sendo substituído por Bóris Casoyjornalista que havia apoiado o golpe em 1964 (KUSHNIR, 2023). Depois do jornalista ter sido intimidado e preso, o jornal deixa momentaneamente de publicar editoriais, em forma de protesto, tendo sido caracterizado como um dos jornais que manteve uma postura crítica ao regime, neste período (DIAS, 2019). Sobre esse caso, a Folha de S.Paulo publica sua indignação, ficando outubro, novembro e dezembro deste ano e os meses de janeiro a abril de 1978, também sem publicar editoriais: Nós, da "Folha", que ao longo destes 56 anos de existência sempre tivemos por rigoroso dever profissional a função de investigar, noticiar e interpretar os fatos de todo dia, encontramo-nos hoje na circunstância de assunto do noticiário cotidiano.…”
Section: O Projeto Distensionista: Do Reconhecimento Da Não Normalida...unclassified
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