2004
DOI: 10.1590/s0104-71832004000200010
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Da Lição de Escritura

Abstract: A partir da interpelação feita por Jacques Derrida à celebre Lição de Escritura, de Claude Lévi-Strauss, e das proposições de James Clifford sobre o texto etnográfico, propõe-se uma reflexão acerca do fazer etnográfico em sua dimensão escritural.
From the point of view of the interpelation of Jacques Derrida to Claude Lévi-Strauss's The Writing Lesson and the propositions of James Clifford about the ethnographic text, this article proposes a reflexion about the written dimension of the etnographic métie

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“…Através da sua execução, comunica-se circularmente o desejo de se comunicar (o choro do bebê pode ser definido como um belo exemplo de uso desta função).21 Pode-se avançar nesse debate acerca da dádiva do "eu" e da representação na experiência de campo entrando na discussão acerca da escrita etnográfica, e da etnografia como artefato textual final desse processo de captura discursiva do outro e do si-mesmo, nesse caso um "eu autoral". Para isso, verReinhardt e Perez (2004).22 Uma outra ocorrência desse pensamento dialógico, prévia à "virada hermenêutica" da antropologia contemporânea, pode ser encontrada na etnografia Do Kamo, do antropólogo e missionário protestante Maurice Leenhardt, visão defendida pelo excelente prefácio de Vincent Crapanzano para a sua edição americana. Neste livro, escrito no final dos anos 30, observa-se claramente o impacto gerado no antropólogo por uma experiência de campo prolongada e pelo contato real e transformador com as teorias nativas, de onde retém lições éticas e epistemológicas bastante próximas às defendidas pela antropologia que hoje é definida como "pós-moderna".23 Essa questão reforça os seus aspectos éticos e políticos quando se insere no debate acerca das antropologias "centrais" e "periféricas" e de suas diferentes concepções acerca do que constituiria um "problema antropológico" de fato relevante.…”
unclassified
“…Através da sua execução, comunica-se circularmente o desejo de se comunicar (o choro do bebê pode ser definido como um belo exemplo de uso desta função).21 Pode-se avançar nesse debate acerca da dádiva do "eu" e da representação na experiência de campo entrando na discussão acerca da escrita etnográfica, e da etnografia como artefato textual final desse processo de captura discursiva do outro e do si-mesmo, nesse caso um "eu autoral". Para isso, verReinhardt e Perez (2004).22 Uma outra ocorrência desse pensamento dialógico, prévia à "virada hermenêutica" da antropologia contemporânea, pode ser encontrada na etnografia Do Kamo, do antropólogo e missionário protestante Maurice Leenhardt, visão defendida pelo excelente prefácio de Vincent Crapanzano para a sua edição americana. Neste livro, escrito no final dos anos 30, observa-se claramente o impacto gerado no antropólogo por uma experiência de campo prolongada e pelo contato real e transformador com as teorias nativas, de onde retém lições éticas e epistemológicas bastante próximas às defendidas pela antropologia que hoje é definida como "pós-moderna".23 Essa questão reforça os seus aspectos éticos e políticos quando se insere no debate acerca das antropologias "centrais" e "periféricas" e de suas diferentes concepções acerca do que constituiria um "problema antropológico" de fato relevante.…”
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