Doença predominantemente feminina, a histeria foi objeto de estudo de uma série de teses médicas produzidas pelos médicos das Faculdades de Medicina do Rio de Janeiro e da Bahia ao longo do século XIX e início do XX. Assim, o presente estudo visa observar como a construção da histeria esteve ligada à constituição física do sexo feminino e ao processo de urbanização e civilização do Rio de Janeiro. Além disso, o artigo visa analisar o modo como os médicos do período procuraram tratar a doença antes do seu aparecimento por meio da educação física e moral das jovens. Para tanto, serão analisadas as teses cunhadas nas faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia entre 1838, ano da primeira tese brasileira sobre a histeria, e, 1909, quando Antonio Austregésilo publica Histeria e síndrome histeróide, trabalho que marca o início do desmembramento diagnóstico da histeria.