Da escravidão à liberdade: a imagem de Anastácia entre arte contemporânea, política e religião

Abstract

Resumo O artigo recupera a trama histórica e as controvérsias em torno da imagem de Anastácia, acompanhando sua passagem e transformação entre registros históricos: de memória da escravidão, mágico-religiosos, políticos e de consciência racial, até chegar em um caso exemplar da arte contemporânea brasileira, com o trabalho do artista negro LGBTQIA+ carioca Yhuri Cruz. Tema de interesse de outros pesquisadores ao longo das últimas décadas, as reproduções e apropriações da imagem de Anastácia são analisadas para explorar a intersecção entre arte e política, em um movimento de análise que culmina em ações artísticas de contramemória e de “fabulação crítica”, viabilizando a conversão da “Escrava Anastácia” em “Anastácia Livre”.

Fire and light on monuments: a horizon oF burning debates

“…The religious sacredness of (Slave) Anastácia was modified to reconstruct her face without the symbol of oppression. Renamed as Anastácia Livre [Free Anastácia], the new version of the holy card created by the black LGBT artist from Rio de Janeiro has gained widespread media attention in recent years and enabled a non-canonical and non-colonial way of producing monumentality (Pereira 2023).…”