Da cena em cena

A Sociologia Experimental Do Fazer Atoral: Transversais Entre Teatro, Cinema E Sociedade

“…Contudo, essa indagação precisa ser permeada por fatores relativos ao lugar do teatro na sociedade, considerando, nos termos de Guinsburg (2001), que "o executante só é ator na medida em que é ao mesmo tempo espectador (...), estando como tal não apenas fora, mas também dentro dele." (Guinsburg, 2001, p. 18).…”

Em busca de Osíris: o Mistério no Antigo Egito

“…Durant, que foram "normalizados" tornando-se senso comum, Guinsburg (2007) afirma que o pensamento europeu possui em sua base, a tradição da cultura humanística greco-latina e as teorizações da poética aristotélica, alegando ser a partir do Renascimento que teorias teatrais, advindas desses fundamentos, foram florescendo com mais ênfase. E são essas as referências históricas e conceituais que fundamentam o modo de pensar do mundo ocidental.…”

O teatro de Nelson Rodrigues e a censura: uma análise pragmática

“…Destaca-se a utilização do teatro jesuíta não como lazer e meio de expansão do conhecimento crítico, mas como instrumento de dominação. Prosseguindo com suas considerações, Guinsburg, Faria e Lima (2006) relatam que o teatro no Brasil foi relativamente livre no século XVI, sobrevindo algumas restrições a partir de 1584, como a obrigatoriedade da apresentação das peças teatrais em latim (o que foi posteriormente abrandado, com a permissão do "uso do vernáculo em diálogos de farsas e outros modos populares, permanecendo a obrigação do latim para as tragédias e comédias") e "a proibição de papéis femininos nos espéculos representados nos colégios jesuítascom exceção de santas virgens -, provocada pela promulgação da lei geral da Companhia de Jesus, em 1589, especificamente no item Ratio Studiorum" (GUINSBURG; 1771, tal situação foi abrandada mediante a expedição de alvará que aconselhou "o estabelecimento de teatros públicos regulados", tendo em vista se tratar de locais onde o povo aprende sobre política, moral e amor à pátria, bem como sobre o valor, o zelo e a "fidelidade com que devem servir aos soberanos", razão pela qual o teatro passou a ser entendido como necessário (GUINSBURG;LIMA, 2006, p. 78).…”

“…Ele dividiu "com a polícia a responsabilidade pela censura teatral" e passou "a disputar com as autoridades policiais a primazia como órgão censor". Ao que parece, os conflitos entre o Conservatório Dramático Brasileiro e a polícia eram comuns, vindo o Imperador Pedro II a expedir um comunicado (Aviso 296 de 17 de dezembro de 1851) na tentativa de delimitar os campos de atuação da polícia (zelo pelas públicas conveniências) e do conservatório (censura literária) (GUINSBURG;LIMA, 2006, p. 78-79).…”

“…Sem prejuízo, a polícia podia entender que a exibição não era conveniente ao público e proibi-la. Foi exatamente o que aconteceu em 1858, quando "a peça As Asas de um Anjo, de José de Alencar, que liberada pelo Conservatório Dramático, foi proibida pela polícia depois de três apresentações da montagem realizada no Teatro Ginásio Dramático" (GUINSBURG;LIMA;2006, p. 78-79). A peça teatral Perdoa-me por me traíres foi censurada em São Paulo no ano de 1957, ou seja, durante o período democrático iniciado com a Constituição de 1946.…”