O presente artigo tem como objetivo evidenciar fissuras na estrutura democrática da cidade de Belo Horizonte quanto ao uso de suas ambiências urbanas e, a partir destas, apresentar alternativas democráticas que possam ser pensadas por meio do design. Para tal, narra empasses vivenciados pelo povo em busca do direito de habitar os espaços públicos da capital mineira, versus barreiras invisíveis que dificultam e perturbam esse acesso, tendo em vista o conceito de ambiências apresentado por Cavalcanti e Elali (2011). Em ênfase, tem-se o carnaval de rua como manifestação popular que apresenta uma forma de se fazer política com uma estética específica que propõe reflexão quanto ao direito e poder do povo -conceitos apresentados pela construção teórica de Lefebvre (2001). Assim, evidencia-se a cidade no carnaval como espaço que abriga e concomitantemente é cenário de diversas vidas humanas, além de refletir as estruturas de poder existentes. Portanto, objetiva apontar as contribuições do design de ambientes para a criação de ambiências mais democráticas. O artigo é resultado parcial do projeto de pesquisa intitulado "Discurso Político Urbano: relações entre o design e as ambiências de Belo Horizonte no carnaval de rua" que orientou-se pelo estudo de caso simples a partir de pesquisa qualitativa, utilizando-se de revisão bibliográfica, desk e documental.