RESUMO O presente estudo objetivou registrar a presença de surtos de varíola suína, nos Estados de São Paulo e Tocantins, Brasil, ocorridos durante o período de 1976 a 2001. Todos os animais atingidos pela doença apresentavam lesões, na maioria das vezes localizadas nas regiões abdominal e inguinal e na cabeça (orelhas e focinho), que se iniciavam por áreas eritematosas que evoluíam para pápulas e pústulas que se transformavam em crostas. A doença foi reproduzida experimentalmente, apresentando os suínos inoculados um quadro clínico semelhante ao dos surtos. A microscopia eletrônica de transmissão detectou partículas de ortopoxvírus em todas as amostras examinadas. Não houve crescimento do vírus na membrana corioalantóide de ovos embrionados e nem nos cultivos de células de rim de bovino, enquanto que se observou acentuada infecção do cultivo primário de células de rim de suíno recém-nascido, causando nítido efeito citopático. Este fato aliado às lesões histopatológicas características observadas e a presença constante de partículas do poxvírus, permitiu concluir tratar-se de varíola suína.