RESUMORelata-se a ocorrência de um caso de farmacodermia pelo levamisol e discute-se sobre a manifestação clínica e o estabelecimento do diagnóstico dessa reação cutânea adversa. O animal desenvolveu lesões exsudativas na face, com resolução espontânea após a suspensão do fármaco.
INTRODUÇÃOReações cutâneas decorrentes de hipersensibilidade a fármacos em cães são raras. Em humanos, cita-se que tais reações são comuns (Mason, 1990; Affolter e Shawn, 1993;Fitzpatrick et al., 1993). As drogas causadoras de hipersensibilidade cutânea podem ser administradas por via oral, tópica, por via injetável ou ainda inalação (Fitzpatrick et al., 1993).As reações adversas cutâneas são classificadas em previsíveis, quando são dose-dependente e se relacionam a ações farmacológicas do medicamento, e em imprevisíveis, as quais são independentes da dose e se relacionam à resposta imune ou à suscetibilidade do indivíduo (Scott et al., 1996).As manifestações cutâneas a fármacos podem envolver as reações imunológicas dos tipos I, II, III e IV, ou, ainda, outros processos cujo papel é atribuído a mecanismos imunológicos não totalmente elucidados, tais como eritema multiforme e necrólise epidérmica tóxica (Scott et al., 1996). É reconhecido que a ocorrência de uma reação farmacodérmica pode mimetizar diferentes dermatoses (Wilkinson e Harvey, 1996) e que, portanto, torna-se fundamental o adequado conhecimento dos medicamentos administrados a qualquer paciente que venha a apresentar dermatopatia (Fitzpatrick et al., 1993). As lesões cutâneas podem se desenvolver após dias ou anos de uso do medicamento, ou, ainda, após sua suspensão (Fitzpatrick et al., 1993;Scott et al., 1996).Vários fármacos podem levar ao desenvolvimento de farmacodermias, entretanto alguns estão mais