O objetivo deste texto é apresentar algumas contribuições de Paulo Freire para a construção de uma educação decolonial, com foco em sua concepção do diálogo como fundacional da prática educativa. Oposta à educação de tipo bancária, a proposta de Freire converge com uma concepção decolonial de conhecimento e de ruptura com as estruturas coloniais e eurocêntricas também presentes na educação. Diante disso, trazemos algumas reflexões sobre o conhecimento moderno-ocidental, eurocêntrico e colonial, assim como as contribuições freireanas centradas no diálogo como forma de construir outros conhecimentos e sociabilidades, inclusive em sala de aula. Assim, uma pedagogia decolonial centra-se em uma educação não bancária, e, portanto, uma educação baseada no diálogo de saberes, de convivências epistemológicas e ontológicas, com um currículo aberto para saberes outros não eurocêntricos, para sujeitos outros.