Abstract:Resumo Neste texto o leitor encontra uma reflexão crítica sobre a formação humana nocontexto da proeminência das relações econômicas na orientação da vida subjetivae social. Argumenta-se que o sistema econômico vem se tornando o sentido e onorte do processo educacional. Nestes termos, não mais a formação do ser humanoem suas dimensões racional, ética e estética representa o sentido e o fio condutordo processo formativo, mas a preparação e a transformação das pessoas em “capitalhumano”, adaptado aos interesses … Show more
“…Ao mesmo tempo, esse fazer (prática social) influencia e é influenciado por outras práticas sociais e pelos controles exercidos pelas ideias e ideologias dominantes nas sociedades. A razão neoliberal (Dardot & Laval, 2016;Goergen, 2019) é uma dessas formas de controle social que tem implicações diretas sobre o que é ou não trabalho e suas formas de organizar.…”
Section: O Trabalho Enquanto Processo Organizativounclassified
“…Essa perspectiva, do neosujeito, evidencia um conjunto de características relacionadas à individualização e à competição (Dardot & Laval, 2016;Goergen, 2019). Os problemas sociais se tornam responsabilidade do indivíduo, já que somente ele pode mudar seu próprio destino a partir das competências que desenvolveu (e escolheu desenvolver) ao longo de sua vida (Harvey, 2005).…”
Section: O Trabalho Sob a Racionalidade Neoliberalunclassified
Resumo O nosso objetivo neste artigo é analisar o trabalho dos artistas circenses no semáforo a partir de um olhar sociológico. Diante disso, este texto busca contribuir para o avanço do debate sobre trabalho, indo além da perspectiva psicológica individualista que predomina na área de administração e nos estudos organizacionais. Assumindo o trabalho enquanto uma prática social oriunda de processos organizativos, utilizamos as noções clássicas — derivadas da sociologia — de estigma e desvio e uma posição crítica à racionalidade neoliberal, com o objetivo de contribuir teoricamente para se pensar o trabalho por uma lógica não tradicional. Olhamos para as organizações fora das organizações como, por exemplo, família, a rua e a cidade. A partir de dezoito entrevistas semiestruturadas com artistas, apresentamos como principais resultados que o estigma de vagabundos e sujos e as dificuldades de relacionamento com as famílias são os principais entraves desse tipo de trabalho realizado pelos artistas. Concluímos que a racionalidade neoliberal orientada para o mercado, que se apropria do trabalho das pessoas fazendo da maximização do lucro a própria racionalidade da vida, contribui para que os artistas circenses no semáforo sejam considerados desviantes e estigmatizados, abrindo espaço para um discurso raivoso, promotor de violências e preconceitos. Nesse sentido, é preciso transformar o “vai trabalhar, vagabundo!” em compreensão e respeito ao diferente.
“…Ao mesmo tempo, esse fazer (prática social) influencia e é influenciado por outras práticas sociais e pelos controles exercidos pelas ideias e ideologias dominantes nas sociedades. A razão neoliberal (Dardot & Laval, 2016;Goergen, 2019) é uma dessas formas de controle social que tem implicações diretas sobre o que é ou não trabalho e suas formas de organizar.…”
Section: O Trabalho Enquanto Processo Organizativounclassified
“…Essa perspectiva, do neosujeito, evidencia um conjunto de características relacionadas à individualização e à competição (Dardot & Laval, 2016;Goergen, 2019). Os problemas sociais se tornam responsabilidade do indivíduo, já que somente ele pode mudar seu próprio destino a partir das competências que desenvolveu (e escolheu desenvolver) ao longo de sua vida (Harvey, 2005).…”
Section: O Trabalho Sob a Racionalidade Neoliberalunclassified
Resumo O nosso objetivo neste artigo é analisar o trabalho dos artistas circenses no semáforo a partir de um olhar sociológico. Diante disso, este texto busca contribuir para o avanço do debate sobre trabalho, indo além da perspectiva psicológica individualista que predomina na área de administração e nos estudos organizacionais. Assumindo o trabalho enquanto uma prática social oriunda de processos organizativos, utilizamos as noções clássicas — derivadas da sociologia — de estigma e desvio e uma posição crítica à racionalidade neoliberal, com o objetivo de contribuir teoricamente para se pensar o trabalho por uma lógica não tradicional. Olhamos para as organizações fora das organizações como, por exemplo, família, a rua e a cidade. A partir de dezoito entrevistas semiestruturadas com artistas, apresentamos como principais resultados que o estigma de vagabundos e sujos e as dificuldades de relacionamento com as famílias são os principais entraves desse tipo de trabalho realizado pelos artistas. Concluímos que a racionalidade neoliberal orientada para o mercado, que se apropria do trabalho das pessoas fazendo da maximização do lucro a própria racionalidade da vida, contribui para que os artistas circenses no semáforo sejam considerados desviantes e estigmatizados, abrindo espaço para um discurso raivoso, promotor de violências e preconceitos. Nesse sentido, é preciso transformar o “vai trabalhar, vagabundo!” em compreensão e respeito ao diferente.
“…At the same time, this "doing" (social practice) influences and is influenced by other social practices, as well as by different control types exercised by dominant ideas and ideologies in different societies. Neoliberal reason (Dardot & Laval, 2016;Goergen, 2019) is one of the aforementioned forms of social control with direct implications on what is, or is not, work, and on its organizing ways.…”
Section: Work Seen As Organizing Processmentioning
confidence: 99%
“…Workers are seen as a machine, a body that generates profit through its workforce, skills and competences (Foucault, 2008;Harvey, 2005). This "neo-subject" perspective emphasizes a set of features associated with individualization and competition (Dardot & Laval, 2016;Goergen, 2019). Social issues become the responsibility of individuals, since only they can change their own destiny based on the skills they have developed (and made the option to develop) throughout their lives (Harvey, 2005).…”
Section: Work Based On the Neoliberal Rationalitymentioning
The aim of the current study is to analyze the work of street (circus) performers at traffic lights, from a sociological perspective. Therefore, this article focuses on contributing to improve debates about work, by going beyond the individualistic psychological perspective prevailing in the Business Management field and in organizational studies. By assuming work as social practice arising from organizing processes, it uses the classic concepts — deriving from Sociology — of stigma and deviance, as well as takes a critical position about neoliberal rationality, to theoretically contribute to process to think about work based on a non-traditional logic. It analyzes organizations outside organizations, such as family, the streets and the city. The main findings observed in the current study, based on eighteen semi-structured interviews conducted with street artists, enabled seeing that stigmas, such as tramps and filthy people, imposed on these artists, as well as difficulties in their relationship with their families, are the main obstacles to the type of work carried out by them. It was possible concluding that market-oriented neoliberal rationality, which appropriates people’s work and turns profit maximization into the very rationality of life, contributes for circus artists who work at traffic lights to be considered deviant and stigmatized, as well as opens room for angry discourses capable of promoting violence and prejudice. Thus, it is necessary changing the “get a job, you tramp!” statement into understanding of and respect for different individuals.
“…A busca por interesses que sejam coletivos, e não individuais, pode levar à concretização das práticas orientadas pela ideia de participação efetiva e ativa dos atores sociais que vivenciam situações de conflitos socioambientais. Cabe mencionar, como destacam alguns autores (Goergen, 2019;Oliveira, 2017), que, em sociedades contemporâneas marcadas pelos avanços tecnológicos e pela valorização extrema do viés econômico, os sujeitos buscam adaptar-se, de forma individualista, às exigências dessas sociedades, o que pode ser um entrave para a mobilização em torno de interesses coletivos. A promoção da participação dos sujeitos por meio de uma educação que a possibilite é desafiadora.…”
Section: Relações Entre Processo Educativo E Os Conflitos Socioambientais: Construção De Possíveis Significados E Sentidosunclassified
Neste artigo, sistematizamos parte dos resultados da tese do primeiro autor, que teve como objetivo construir possíveis significados e sentidos sobre a relação entre processo educativo e conflitos socioambientais, a partir da análise dos textos de teses e dissertações em educação ambiental [EA] concluídas no Brasil. Trata-se de uma pesquisa documental inserida em um projeto mais amplo sobre o estado da arte da pesquisa em EA no Brasil — Projeto EArte. Os trabalhos analisados foram selecionados no Banco de Teses E Dissertações disponível no site desse projeto —www.earte.net. As análises foram orientadas pelos referenciais teórico-metodológicos associados à perspectiva histórico cultural e à perspectiva bakhtiniana. Os dados apresentados neste artigo referem-se às análises das teses e dissertações que exploraram processos educativos envolvendo conflitos socioambientais, associados à ideia de “participação” e “participação e cidadania”. As análises nos permitiram considerar que a promoção da participação e o exercício da cidadania tem sido entendidos como tarefas desafiadoras para os educadores ambientais. Neste contexto, os conflitos socioambientais passam a ser considerados como princípio orientador de propostas e práticas em EA na perspectiva crítica, pautadas no diálogo entre saberes, potencialmente capazes de promover a superação da “semiformação” dos sujeitos.
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