A cultura constitui o meio no qual um sujeito se desenvolve e estabelece relação com outros e o mundo. É por meio de aspectos culturais específicos que o sofrimento e a dor são manifestados e comunicados, portanto, é imprescindível considerar a cultura no âmbito da atenção à saúde. O presente estudo teve por objetivo apresentar uma revisão integrativa realizada na literatura científica publicada entre 2009 e 2019 sobre a perspectiva de profissionais de saúde e/ou da assistência social a respeito do atendimento realizado a imigrantes. Foram selecionados 73 artigos como resultado de pesquisas realizadas em português, espanhol e inglês em cinco bases de dados eletrônicas (Scielo, PsycINFO, Biblioteca Virtual em Saúde [BVS], Web of Science e Scopus). Os principais resultados dos artigos foram organizados em quatro categorias para análise: 1) barreiras e facilitadores no atendimento a imigrantes e refugiados, 2) estratégias adotadas por profissionais no atendimento a imigrantes, 3) organização do sistema de saúde e incentivos de governo e 4) questões sociopolíticas que interferem no atendimento. Ficou evidente que a qualidade dos atendimentos não depende apenas do contato profissional-imigrante, uma vez que fatores organizacionais e macropolíticos influenciam nas possibilidades do processo de cuidado. Diante das barreiras encontradas, os profissionais criaram estratégias individuais e/ou com suas equipes para qualificar os atendimentos. A necessidade de implementar práticas de descentramento cultural nas formações profissionais de diferentes áreas e desenvolver a competência cultural tanto dos profissionais quanto dos serviços de saúde destacou-se como a principal recomendação dos estudos analisados.