Cuidados de enfermagem na prevenção de úlcera por pressão em pacientes acamados no domicílio

Abstract

Este estudo foi desenvolvido na área de abrangência de uma Unidade Básica de Saúde em Joinville/SC com pacientes acamados no domicílio. Teve como objetivos, caracterizar o risco dos acamados para o desenvolvimento de úlcera por pressão; descrever os fatores propícios para o seu surgimento e avaliar a adesão aos cuidados prescritos na prevenção desta lesão. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório. A coleta de dados foi realizada por meio de instrumento contendo dados de identificação, condições clínicas dos pacientes e pela aplicação da escala de Braden. Foram avaliados 12 pacientes acamados. A média de idade dos pacientes avaliados foi de 80,5 anos. A maioria era branca, com baixa escolaridade e dependente dos serviços públicos de saúde. Todos os pacientes possuíam alguma doença de base, sendo a mais frequente o Acidente Vascular Cerebral. O tempo de acamado foi de 67 meses (± 53). A mobilidade e a percepção sensorial estavam completamente ou muito limitadas, em 83% e 50% dos avaliados, respectivamente. 67% dos usuários apresentavam o estado nutricional muito pobre ou inadequado e 92% a pele constantemente úmida ou muito úmida. A baixa ingesta hídrica esteve presente para todos os participantes. A adesão dos cuidadores aos cuidados prescritos foi parcial. Ao final do estudo constatou-se que os achados estão em consonância com os dados da literatura e que os pacientes investigados possuíam um risco elevado para o desenvolvimento de úlcera por pressão, uma vez que os fatores propícios ao aparecimento da lesão se mostravam com frequências elevadas. Palavras chave: Úlcera por pressão. Assistência domiciliar. Fatores de risco não é um descritor da saúde do DECS/. OBS: a palavra chave fatores de risco aparece na biblioteca virtual em saúde como um descritor em ciências da saúde.This study was carried out in the catchment area of a Basic Health Unit in Joinville/SC bedridden patients receiving home care. We aimed to characterize the risk of the bedridden to develop pressure ulcers, describing the factors favorable to its emergence, and evaluate adherence to treatment prescribed to prevent this injury. This is a descriptive study. Data collection was carried out through an instrument containing identification data, clinical conditions of patients and the application of the Braden scale. Twelve bedridden patients were evaluated. The average age of the patients evaluated was 80.5 years. Most were white, with low education and dependent on public health services. All patients had some underlying disease, the most frequent the Stroke (CVA). The laid up time was 67 months (± 53). The mobility and sensory perception were completely or limited in 83% and 50% of the patients evaluated, respectively. Sixty-seven percent of users had very poor nutritional status or inadequate and 92% were constantly moist or very moisty. Low fluid intake was present for all participants. Adherence to prescribed care of the caregivers was partial. The findings at the end of the study are consistent with the literature and the studied patie...

Risco De Lesões Por Pressão Em Idosos No Domicílio

“…[9][10] Percebe-se que a média de idade dos participantes neste estudo, de 76,7 anos, é menor que em outros estudos em que se observa a predominância de idosos maiores de 80 anos. 5,8,11 Nota-se, na categorização de faixas etárias, a maior prevalência entre os maiores de 80 anos e 72% da amostra estava acima de 70 anos. Acredita-se que essa redução na média de idade foi devido à alta prevalência de idosos jovens, entre 60 e 69 anos, que compuseram cerca de um terço da amostra.…”

“…Convergem-se os dados em relação à escolaridade com estudos que mostraram maior predominância de idosos com Ensino Fundamental incompleto ou baixa escolaridade. 6,8,[11][12] Encontrou-se associação significativa entre idosos que possuíam Ensino Fundamental incompleto e risco muito elevado de desenvolvimento de LPP. Elenca-se, além disso, uma prevalência alta de analfabetos (21,6%), que, se somados estes com aqueles com Ensino Fundamental incompleto (56,7%), perfazem 78,3% da amostra com baixa escolaridade, refletindo como essa geração de idosos brasileiros não teve oportunidade de estudo e, dessa forma, convive, no seu presente, com um envelhecimento sem uma remuneração adequada ao seu sustento.…”

“…Constata-se que 42,0% da amostra recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC), refletindo a necessidade do auxílio do governo, 52,0% são aposentados e 4,0% não possuem renda, o que mostra que a renda do idoso isolada esteja sim em consonância com a verificada em outros estudos. 6,[11][12] Explica-se, dessa forma, que, ao avaliar a renda por domicílio (familiar) e os custos com o idoso dependente, a faixa entre dois e três salários-mínimos ainda parece insuficiente para prover as necessidades gerais de uma família.…”

“…Encontraram-se resultados semelhantes no que se refere aos diagnósticos mais prevalentes quando comparados aos de outros estudos brasileiros realizados em domicílio, os quais evidenciaram, dentre eles, AVE e demências. 5,[6][7][8]11 Menciona-se que o diagnóstico de AVE foi estatisticamente significante para o risco de LPP (p=0,009) e a associação entre este e a Escala de Braden demonstra percentuais progressivos da ausência de risco (11,8%) para riscos leve (20,6%), moderado (23,5%) e elevado (26,5%), o que está de acordo com pesquisas que relacionaram a presença de AVE como predisposição para o surgimento dessas lesões. Observou-se, porém, nesse estudo, uma redução do percentual de risco elevado em comparação com risco muito elevado (17,6%).…”

“…Observou-se, porém, nesse estudo, uma redução do percentual de risco elevado em comparação com risco muito elevado (17,6%). 5,8,11 Infere-se que isto ocorra devido às inúmeras sín-dromes clínicas e sequelas motoras associadas às não motoras causadas pelo comprometimento vascular em diversas regiões cerebrais e de diferentes amplitudes, causando uma ampla variedade clínica entre os pacientes e diferentes graus de dependência, que são enquadrados no mesmo diagnóstico de AVE, podendo apresentar, então, riscos diversos para o desenvolvimento de LPP.…”