Cuidados da Fisioterapia no Paciente Oncológico com Covid-19

Abstract

A covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, apresenta grande preocupação em razão do elevado padrão de letalidade, mortalidade e transmissibilidade, e um desafio aos profissionais de saúde por apresentar quadros gripais que podem evoluir rapidamente para pneumonia severa ou síndrome respiratória aguda grave (Sars-CoV-2). O câncer é uma doença com fatores de riscos muito semelhantes às doenças cardiorrespiratórias e metabólicas que, associadas aos efeitos colaterais do tratamento antineoplásico ou progressão tumoral, tornam esses pacientes suscetíveis a complicações mais graves de infecção por Covid-19. Além disso, complicações comuns aos pacientes oncológicos podem ser agravadas pelos mecanismos fisiopatológicos envolvidos na Covid-19, como: comprometimento respiratório gerado por produção de citocinas inflamatórias e os pneumoconiose alveolares que aceleram a evolução para quadro de pneumonia; aumento na produção de D-dimero e redução de fibrinogênio, fazendo com que o fator trombolítico seja maior, justificando eventos por tromboembolismo; uma possível causa hemolítica em que a hemoglobina perde o Ferro e diminui sua capacidade de carrear oxigênio, sendo causa da dessaturação de oxigênio e hipoxemia refratária. A fisioterapia tem como principal linha de atuação a adequação do suporte ventilatório, nos pacientes mais graves. Com enfoque no paciente oncológico, deve-se basear nos sintomas e limitações clínicas para a adequação das atividades, favorecer a profilaxia mecânica para redução do risco de trombose venosa profunda, avaliar progressão lenta e monitorização dos sinais vitais, minimizar as perdas e melhorar o status funcional do paciente para tolerância ao tratamento.

Reorganizar Para Apoiar: A Experiência Do Núcleo Ampliado De Saúde Da Família E Atenção Primária De Jacareí/Sp No Enfrentamento Da Pandemia Da Covid-19

“…Tais dados corroboram com os achados de Costa et al (2020) que evidenciou a diabetes, as doenças cardíacas crônicas e hipertensão como fatores de risco para hospitalização de pacientes por síndrome respiratória aguda grave desencadeada pelo coronavírus, podendo o coronavírus levar o paciente com tais afecções a desencadear arritmias graves, miocardite e choque. Ainda segundo os autores tais complicações podem ocorrer devido a resposta inflamatória gerada a partir da infecção viral que leva à lesão do sistema cardiovascular e dos pulmões, com elevação de troponina, e que culmina em complicações cardiovasculares que podem ocasionar óbito no paciente.…”

Incidence of hospital acquired pressure injury in critically ill patients with COVID-19 in prone position admitted to the intensive care unit

“…[ 8 ] Approximately 15 to 20% of COVID-19 patients who developed fever and severe hypoxemia required some type of ventilatory support, from high-flow nasal cannula to noninvasive and invasive mechanical ventilation which increases the risk of developing HAPI. [ 9 – 11 ]…”

“…[8] Approximately 15 to 20% of COVID-19 patients who developed fever and severe hypoxemia required some type of ventilatory support, from high-flow nasal cannula to noninvasive and invasive mechanical ventilation which increases the risk of developing HAPI. [9][10][11] Decubitus change in patients is used in ICU as a treatment and prevention of HAPI, as they reduce the duration of pressure exerted on tissues, decreasing tissue hypoxia. [12] However, in patients with COVID-19, many challenges are imposed for the prevention of HAPI, such as clinical instability, and decreased tissue oxygenation, often requiring the use of the ventral position, making it difficult to reposition these patients.…”

Covid-19 - O Vírus Que Movimentou a Ciência - Volume 1

“…Pacientes oncológicos em estágio avançado tendem a ter uma sobrevida menor, devido à carga elevada da doença e interrupção do tratamento e, em caso de infecção por coronavírus, esses indivíduos tendem a ter uma sobrevida menor ainda, sendo necessária assistência multiprofissional para esses pacientes (FREITAS et al, 2020). Em decorrência aos efeitos imunossupressores do tratamento antineoplásico, os pacientes oncológicos, quando comparados a pacientes sem câncer, têm 3.5 vezes mais chances de desenvolverem complicações da COVID-19, como necessidade de ventilação mecânica, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de morte (MARCHON et al, 2020;MOTLAGH et al, 2020). Entre esse grupo, cerca de 10% necessitam de ventilação mecânica invasiva (HALAÇLI; KAYA & TOPELÌ, 2020).…”