2015
DOI: 10.14244/198271991118
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Creche e racismo

Abstract: ResumoEste artigo tem como objetivo, a partir dos estudos sobre relações raciais, debater a presença de mecanismos racistas na educação infantil, primeira etapa da educação básica. Trata-se de uma reflexão construída a partir de uma pesquisa etnográfica, realizada em uma creche da região metropolitana de Campinas, Brasil, envolvendo crianças pequenininhas de três anos e suas/ seus docentes. As análises dos dados apontam a existência de processos racistas que contribuem para o afastamento dos aportes afro-brasi… Show more

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“…A escola veicula diferentes mecanismos para a manutenção de um modelo hegemônico e branco -dentre eles, há a institucionalização de pedagogias que anulam formas que não se encaixam na branquitude, levando ao apagamento e a representações estereotipadas da cultura africana e afro-brasileira (Santiago, 2015b). Nesse processo, os saberes dominantes são legitimados, enquanto o pertencimento étnico-racial das crianças negras é negligenciado, forçando-as a rejeitarem seus corpos para seguir um referencial eurocêntrico de beleza, produzindo sofrimento, medo, baixa autoestima, experiências negativas e subjetividades autodestrutivas em busca de adequação (Oliveira & Abramowicz, 2010).…”
Section: Relação Adulto/criançaunclassified
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“…A escola veicula diferentes mecanismos para a manutenção de um modelo hegemônico e branco -dentre eles, há a institucionalização de pedagogias que anulam formas que não se encaixam na branquitude, levando ao apagamento e a representações estereotipadas da cultura africana e afro-brasileira (Santiago, 2015b). Nesse processo, os saberes dominantes são legitimados, enquanto o pertencimento étnico-racial das crianças negras é negligenciado, forçando-as a rejeitarem seus corpos para seguir um referencial eurocêntrico de beleza, produzindo sofrimento, medo, baixa autoestima, experiências negativas e subjetividades autodestrutivas em busca de adequação (Oliveira & Abramowicz, 2010).…”
Section: Relação Adulto/criançaunclassified
“…Os artigos também demonstram como as crianças brancas são percebidas positivamente, enquanto crianças negras têm experiências marcadas por discriminação e humilhações (Guizzo et al, 2017), sendo frequentes as formas pejorativas de tratamento (Santiago, 2015b) e a perpetuação de apelidos e estereótipos referentes ao gênero, sexualidade e raça. Há também a expressão de docentes acerca da identidade negra como "furacãozinho" ou "vilão", alguém que não se comporta, que estraga as brincadeiras, bate nos colegas (Buss-Simão & Santin, 2015), com "hiperssexualidade e ginga" (Santiago, 2015b); castigadas mesmo em situações em que se comportavam, enquanto crianças brancas estavam sempre livres de castigos (Oliveira & Abramowicz, 2010). Nesse contexto marcado por uma perspectiva discriminatória, há uma desvalorização e não incentivo dos profissionais em relação a alunos negros, contribuindo para a baixa autoestima e a processos de evasão escolar (Buss-Simão & Santin, 2015).…”
Section: Relação Adulto/criançaunclassified
“…Os estudos de Cavalleiro (2003), Trinidad (2011) e Santiago (2015 expõem que as crianças negras desde muito pequenas já apresentam uma identidade negativa perante seu pertencimento racial. Segundo esses autores, as crianças negras desde pequenas aprendem a ser o outro, ou seja, que não serão vistas com suas próprias subjetividades, não se sentirão representadas e pertencentes ao ambiente, que, nesse caso, é o ambiente escolar.…”
Section: As Crianças Negras Nas Escolasunclassified
“…Crianças brancas eram constantemente exaltadas por sua beleza, enquanto crianças negras eram violentadas, objetificadas, criando uma visão negativa da sua beleza. Nesse processo a subjetificação era marcada pela racialização dos corpos negros e pela legitimação das desigualdades sociais (SANTIAGO, 2015). Sabemos que existem desafios na implementação da Lei 10.639/2003 e da Lei 11.645 no currículo escolar, mas não podemos desconsiderar que a sociedade brasileira, na atualidade, reconhece a existência do racismo.…”
Section: As Crianças Negras Nas Escolasunclassified
“…A pesquisadora percebeu que existe bastante racismo na escola e é tarefa de professoras/es colaborarem para que as crianças construam uma imagem positiva de si. Santiago (2015) também verificou a existência de processos racistas que contribuem para o afastamento dos aportes afro-brasileiros e africanos dos espaços da Educação Infantil e na exclusão de crianças pequeninas negras do campo social permissível às experiências relativas à aceitação do seu corpo, de sua ancestralidade. Nesse contexto, de acordo com o autor, podemos ainda perceber a presença de uma pedagogia embranquecedora, já fortemente denunciada pelo movimento negro a partir da década de 1980, que se embasa num modelo educacional com propósitos de reprodução de preconceitos referentes às crianças negras e a cultura e história africana e afro-brasileira.…”
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