Covid-19: um novo fenômeno de representações sociais para a equipe de enfermagem na terapia intensiva

Abstract

Resumo Objetivo refletir sobre a COVID-19 como um fenômeno de representações sociais para a equipe de enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva, analisando as implicações dessa compreensão teórica no delineamento das práticas sociais de tais profissionais. Método estudo teórico-reflexivo, pautado no referencial das representações sociais. Captaram-se artigos científicos, livros e dados oficiais sobre a COVID-19; posteriormente, procedeu-se o aprofundamento reflexivo com base nos preceitos da teoria. Desenvolvimento a COVID-19 vem apresentando um forte impacto no cuidado de enfermagem na terapia intensiva. O atendimento dos critérios das representações sociais: da relevância, da prática, do consenso e da afiliação; as dimensões dos afetos, imagética e das práticas sociais mobilizadas na construção social desse fenômeno; e as características do cotidiano da pertença social da equipe de enfermagem atuante na terapia intensiva diante dos pacientes com a COVID-19 foram os argumentos teóricos que sustentaram a defesa de que a COVID-19 é um fenômeno de representação social para esse grupo social. Conclusão e implicações para a prática estudos das representações sociais desses profissionais sobre a COVID-19 podem subsidiar a proposição de tecnologias de cuidado-educação que qualifiquem a sua atuação no atendimento aos pacientes críticos com a COVID-19.

Estrutura das representações sociais da enfermagem sobre a morte decorrente da COVID-19

“…Destaca-se, como limitações do presente estudo, o quantitativo restrito de profissionais participantes, o que aponta para a dificuldade de adesão de profissionais de enfermagem a pesquisas científicas na modalidade remota. Contudo, reforça-se que o desenvolvimento de estudos sobre as representações desses profissionais sobre a COVID-19 possibilita subsidiar a proposição de tecnologias cuidativoeducacionais que qualifiquem sua atuação no cuidado aos indivíduos acometidos pela doença 14 .…”

“…Destacase, contudo, que foi estabelecido um número mínimo de 25 participantes a ser atingido, conforme recomendado por alguns autores 13 . Cumpre-se dizer que o número de participantes não se constitui no fato mais relevante, mas sim, a constatação de que o objeto de pesquisa seja motivo de pertencimento e atravessamento para os participantes do estudo, característica observada no estudo em tela e já relatada na literatura 14 .…”

Análise de óbitos relacionados a Covid-19 em unidade de terapia intensiva: revisão integrativa

“…No transcorrer do avanço da pandemia da covid-19, foi-se criando e elaborando experiências no manejo e tratamento de pacientes patologias diversas que poderiam agravar a condição clínica de cada paciente e, passou-se a buscar soluções para tratar as insuficiências respiratórias agudas, infecções das vias aéreas inferiores e superiores e as doenças cardiovasculares, desta forma as proporções médico-paciente e enfermeiro-paciente variaram amplamente entre os centros, e isso pode ter tido um efeito crítico nos desfechos dos pacientes doentes com COVID-19 que variaram significativamente entre as séries de casos publicadas, variando de 16% a 78% (Fond et al, 2021;Almeida et al, 2021). Li et al (2020) relatam em sua pesquisa que uma parte substancial dos pacientes com doença coronavírus (COVID-19) admitidos na unidade de terapia intensiva desenvolveu pneumonia rapidamente progressiva levando à síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) e disfunções de múltiplos órgãos, condições associadas a diversas alterações e intercorrências e por refletir em uma alta mortalidade.…”

“…Todavia a sobrevida de pacientes gravemente enfermos com COVID-19, segundoAlmeida et al (2021) é particularmente baixa para homens mais velhos que requerem maiores recursos assistenciais e terapia intensiva para manutenção da vida e com comorbidades preexistentes. As comorbidades diabetes mellitus e hipertensão foram as mais prevalentes com alto índice de mortalidade de pacientes com covid-19 nas unidades de terapia intensiva, com sobrevida significamente baixa(Luiz et al, 2021;OPAS/OMS, 2021).…”

O Papel Da Liderança De Enfermagem Como Motor Do Progresso Da Profissão

“…Em meio à situação pandémica que ainda se vive, SARS-CoV-2, a Covid-19, e que veio alterar as nossas rotinas e muito do modo de vida, mas sobretudo constituiu-se como uma séria ameaça à nossa saúde, individual e coletiva (Almeida et al, 2021), é muito relevante e oportuno refletir a saúde pública, na perspetiva dos enfermeiros, no que em muitos países se designa por enfermagem de saúde pública, nestes seus protagonistas, suas competências e intervenções. Apesar de Portugal ter, reconhecidamente, uma boa organização e infraestrutura de saúde pública, nos últimos anos sofreu algumas alterações, por desinvestimento e mudanças populacionais (CUNHA et al, 2020).…”