Covid-19 e tabagismo: relato de experiência sobre notificação de casos no Estado do Paraná

Abstract

O tabagismo é a maior causa evitável isolada de adoecimento e morte precoce no Brasil e no mundo e, tem sido relacionado à maior gravidade e risco de óbito por COVID-19. O Paraná foi o único estado brasileiro a incluir o tabagismo como comorbidade na notificação de casos, experiência apresentada neste relato, juntamente a dados preliminares dos casos notificados no período de 01 de março a 30 de julho de 2020. No Paraná o tabagismo foi a segunda comorbidade mais frequente, entre os casos suspeitos; e a quarta entre os casos confirmados da doença, com baixa mortalidade. Os resultados preliminares agregam conhecimento ao adoecimento por COVID-19, contribuem para a adoção de medidas com vistas a mitigar seu impacto no sistema de saúde e adoção de estratégias e políticas públicas para o enfrentamento deste importante problema de saúde pública.

Casos e óbitos por COVID-19 e tabagismo nas capitais e regiões brasileiras: estudo ecológico

“…Assim, sugere-se que a avaliação e o registro da condição tabágica do paciente seja inclusa como fator de risco/doença nas notificações de COVID-19 e nos prontuários. No Brasil, o Paraná apresentou-se como o único Estado a incluir nas notificações casos o tabagismo como comorbidade, podendo observar a sua presença na proporção de 62,5% em homens e 37,2% em mulheres, com maior expressão na faixa etária entre 20 e 29 anos (6) . Somado a isto, esses resultados podem contribuir adicionando evidências para fortalecer as declarações da Organização Mundial de Saúde de que os fumantes apresentam maior risco de desenvolver a COVID-19 grave e óbito (28) .…”

“…Tabagistas também podem apresentar maior vulnerabilidade à infecção pelo coronavírus devido ao constante contato entre dedos e lábios, aumentando o risco de contaminação via mucosa oral, e a maior exposição pelo compartilhamento de bocais para inalação de fumaça, como no caso do narguilé e dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) (6) . Além disso, a emissão de gotículas de vapor por esses dispositivos também representam uma forma de propagação do SARS-CoV-2 (5) .…”