Abstract:Resumo: Em Andamarca, uma comunidad camponesa dos Andes peruanos, as festas e o trabalho cole vo consistem em momentos de grande importância, propícios para compar lhar comidas, bebidas e esforços. O trabalho cole vo é empregado na construção de casas de adobe, limpeza e construção de canais de irrigação, caminhos e estradas. Para os andamarquinos, a realização de a vidades em equipes cria uma dinâmica capaz de proporcionar uma espécie de compe ção posi va, além da manutenção e geração de vínculos enquanto tod… Show more
“…Tal noção é muito empregada para se referirem ao trabalho, servindo como um diferenciador fundamental entre as atividades agrícolas e aquelas ligadas ao pastoreio, ou melhor, entre eles, que desenvolvem as primeiras e também as segundas, e outras populações andinas que se dedicam somente às segundas, como os sallqas mencionados acima -da perspectiva dos andamarquinos a agricultura requer notável esforço e sacrifício, diferentemente do pastoreio, elementos fundamentais do "trabalho de verdade". Para além de uma conotação moral, essa noção está relacionada a uma dimensão corporal: para os andamarquinos o trabalho por excelência faz o corpo suar, cansar, requer esforço físico intenso de tal maneira que essa transformação corporal é indicativa, de alguma forma, de que esse corpo se sacrificou (Caballero 2018a). Neste processo, sugiro que o corpo libera parte de sua força vital, ou como dizem frequentemente os andamarquinos, de seu ánimu, energia presente em humanos, animais, plantas e até certas coisas que nos pareceriam completamente inanimadas.…”
Section: Caminhos Que Desafiamunclassified
“…Nota-se, assim, certas conexões entre tais noções e o que os andamarquinos chamam de ánimu. 18 De acordo com o que já propus anteriormente alhures (Caballero 2018a(Caballero , 2018b, não apenas o trabalho por excelência é realizado com esforço pelos andamarquinos, mas as danças coletivas também. A graciosidade e a beleza da dança devem-se ao ritmo intenso e bem marcado dos passos, ao movimento vigoroso dos corpos e ao semblante alegre dos bailarinos.…”
em sua maioria agricultores e pastores, percorrem a pé diariamente consideráveis distâncias para cuidar de plantas e animais. Contudo, há outro tipo de caminhada que merece destaque, pois desafia a naturaleza com o intuito de forjar um corpo mais forte e poderoso do que o corpo dos humanos. Este é o propósito dos danzantes de tijeras ao buscarem lugares vírgenes, nunca antes pisados por humanos: acumular mais fuerza e poder. O objetivo deste texto é dar ênfase às caminhadas como forma de constituição do corpo desses artistas e da paisagem.
“…Tal noção é muito empregada para se referirem ao trabalho, servindo como um diferenciador fundamental entre as atividades agrícolas e aquelas ligadas ao pastoreio, ou melhor, entre eles, que desenvolvem as primeiras e também as segundas, e outras populações andinas que se dedicam somente às segundas, como os sallqas mencionados acima -da perspectiva dos andamarquinos a agricultura requer notável esforço e sacrifício, diferentemente do pastoreio, elementos fundamentais do "trabalho de verdade". Para além de uma conotação moral, essa noção está relacionada a uma dimensão corporal: para os andamarquinos o trabalho por excelência faz o corpo suar, cansar, requer esforço físico intenso de tal maneira que essa transformação corporal é indicativa, de alguma forma, de que esse corpo se sacrificou (Caballero 2018a). Neste processo, sugiro que o corpo libera parte de sua força vital, ou como dizem frequentemente os andamarquinos, de seu ánimu, energia presente em humanos, animais, plantas e até certas coisas que nos pareceriam completamente inanimadas.…”
Section: Caminhos Que Desafiamunclassified
“…Nota-se, assim, certas conexões entre tais noções e o que os andamarquinos chamam de ánimu. 18 De acordo com o que já propus anteriormente alhures (Caballero 2018a(Caballero , 2018b, não apenas o trabalho por excelência é realizado com esforço pelos andamarquinos, mas as danças coletivas também. A graciosidade e a beleza da dança devem-se ao ritmo intenso e bem marcado dos passos, ao movimento vigoroso dos corpos e ao semblante alegre dos bailarinos.…”
em sua maioria agricultores e pastores, percorrem a pé diariamente consideráveis distâncias para cuidar de plantas e animais. Contudo, há outro tipo de caminhada que merece destaque, pois desafia a naturaleza com o intuito de forjar um corpo mais forte e poderoso do que o corpo dos humanos. Este é o propósito dos danzantes de tijeras ao buscarem lugares vírgenes, nunca antes pisados por humanos: acumular mais fuerza e poder. O objetivo deste texto é dar ênfase às caminhadas como forma de constituição do corpo desses artistas e da paisagem.
“…21 Sobre a importância do compartilhamento de bebidas alcoólicas e outras substâncias como fonte de vigor durante o trabalho coletivo e as festas ver Caballero (2018).…”
Section: Corpo Espaço Movimento: Algumas Reflexões a Partir Da Danza ...unclassified
A danza de tijeras é parte das celebrações da Festa da Água em Andamarca (Departamento de Ayacucho, Peru) no mês de agosto. Durante a festa os danzantes fazem apresentações e competições em praça pública desafiando sua resistência física: perfuram o corpo com pregos e espinhos, cortam-se com cacos de vidros, caminham sobre brasas. Para que tenham êxito ao realizarem tais desafios, os danzantes fazem negociações contínuas através de pactos e pagapas com seres não-humanos, principalmente com o Diabo, a Sereia e os Apus, aqueles que lhes outorgam proteção e poder. Se tais negociações forem ignoradas, tais seres podem lhes hacer daño, propiciando infortúnios e males diversos. Longas caminhadas para alcançar lugares virgens, nunca antes pisados por um humano, são outra forma de tornar-se um bom danzante, de acumular mais força e poder para tornar-se um maestro.Este trabalho destaca aspectos da relação desses dançarinos com seres não-humanos (Apus, Pachamama,Diabo, Sereiaentre outros) e de como seu corpo precisa ser constituído por eles para que seja um corpo completo.
“…Associado a esse importante papel atribuído às escolas, um outro aspecto que necessita ser considerado quando se trata da cultura indígena é a valorização das manifestações culturais. Caballero (2018) defende que as manifestações culturais como as festas e demais atividades coletivas consistem em momentos de grande importância para desenvolver o senso de pertencimento em meio a interculturalidade.…”
O povo indígena Kanela do Araguaia é oriundo do Estado do Maranhão, cujas famílias foram dispersas pelo Brasil devido ao massacre provocado pelos confrontos entre índios e fazendeiros no século passado. Muitas destes indígenas atualmente vivem no município de Luciara/MT, na aldeia Nova Pukanu. Atualmente, esse povo tradicional tem buscado resgatar memórias para registrar sua cultura, sendo que muitos destes estudantes e moradores são indígenas. Assim, o presente estudo teve como objetivo promover diálogos culturais com o Povo Kanela do Araguaia, por meio da compreensão da festa Amejikiim, como uma ação educativa para abordar a interculturalidade. O estudo foi desenvolvido desde 2018 por estudantes da sala anexa multisseriada da Escola Estadual Sol Nascente, localizada na zona rural do município de Confresa/MT. Assim, foi proposta a investigação sobre essa manifestação cultural praticada em uma das aldeias do povo Kanela do Araguaia, situada nas margens do Rio Tapirapé. Para compreender este fator histórico, os estudantes presenciaram depoimentos de anciãos da comunidade. Percebeu-se que a festa Amejikim propicia diversão, prazer e fortalecimento cultural. A dança ensina e contempla o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua expressão do mundo e dotado de natureza livre típica de uns processos educativos. Logo, esta ação educativa serviu como sensibilização intercultural, pois os estudantes aprenderam com os mais experientes sobre das origens deste povo tradicional e assim respeitar a cultura do outro.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.