RESUMOObjetivo: investigar e comparar os achados dos fatores de risco para a cronicidade da gagueira em crianças com gagueira desenvolvimental familial e isolada. Método: participaram 60 crianças de ambos os gêneros, divididas em dois grupos: GI -30 crianças com gagueira desenvolvimental familial; GII -30 crianças com gagueira desenvolvimental isolada. A coleta de dados foi realizada por meio do Protocolo de Risco para a Gagueira do Desenvolvimento -PRGD (Andrade, 2006), que considera os seguintes fatores de risco: idade, gênero, tipo de surgimento e tempo de duração das disfluências, tipologia das disfluências, fatores comunicativos e qualitativos associados, histórico mórbido pré, peri e pós natal, fatores estressantes que ocorreram próximo ao surgimento do distúr-bio, histórico familial, reação pessoal, familiar e social e atitudes familiares. Resultados: quando o grupo I (GI) foi comparado com o grupo II (GII), a única diferença estatisticamente significante foi com relação aos fatores estressantes que ocorreram próximo ao surgimento do distúrbio. Conclusão: os resultados confirmam a natureza complexa da gagueira, bem como a necessidade de se investigar os vários fatores considerados como de risco para o distúrbio, com intuito de melhorar a compreensão de suas possíveis etiologias. Conflito de interesses: inexistente caracterizada por rupturas involuntárias na fluência da fala. A produção da fala disfluente, tensa e com esforço, pode acarretar conseqüências sociais e emocionais no indivíduo que gagueja, prejudicando sua qualidade de vida. Neste sentido, investigações que propiciem maiores esclarecimentos sobre os fatores que interferem no surgimento da gagueira, se fazem necessárias para compreender sua etiologia e prevenir o seu desenvolvimento, suas conseqüências pessoais, e, ainda, favorecer o resultado terapêutico.
DESCRITORES:Embora a etiologia da gagueira ainda não tenha sido precisamente identificada, diversas pesquisas 1-3 têm mostrado que fatores genéticos estão envolvidos na transmissão da suscetibilidade do distúrbio. As principais evidências que sustentam a predisposição genética na gagueira são: sua maior prevalência entre os parentes de gagos quando comparados com grupo controle 1 , a maior concordância do distúrbio entre os gêmeos monozigóticos do que gêmeos dizigóticos 4 , e os estudos de adoção que sugerem que a gagueira da criança está mais
INTRODUÇÃOA gagueira desenvolvimental é um distúrbio da comunicação que se inicia na infância e é