Nos últimos anos a prevalência de desordens relacionadas ao glúten vem aumentando exponencialmente, podendo alcançar até 10% da população mundial. Dentre as mais estudadas, que são a doença celíaca e a alergia ao trigo, tem-se observado notoriamente uma crescente manifestação conhecida como sensibilidade ao glúten não celíaco (Non-celiac gluten sensitivity – NCGS), que apesar de ter tido seus primeiros relatos na década de 80, ainda assim não está totalmente elucidada sobre suas condições clínicas e de diagnóstico. Com a ingestão de glúten, indivíduos com NCGS podem apresentar tanto sintomas gastrointestinais como também extraintestinais, repercutindo em possíveis agravos sistêmicos. Diante do crescente número de publicações a fim de melhor compreender a NCGS, foi encontrado certa relação sistêmica em doenças de caráter autoimune como no caso da tireoidite de Hashimoto, que antes era vista somente em associação com a doença celíaca e que agora, sendo presente também na NCGS, abre uma lacuna de questionamentos sobre a interação fisiopatológica entre essas duas doenças. Com o objetivo de constatar a associação entre a sensibilidade ao glúten não celíaco e a tireoidite de Hashimoto foi efetuada uma revisão bibliográfica por meio de consultas a bases de dados da Biblioteca Virtual de Saúde, Medline e Pubmed, além de pesquisas feitas no Scielo e Clinical Medicine and Research, levando em consideração artigos abordando apenas seres humanos e critérios clínicos que abordavam as duas manifestações. A partir dessa revisão pudemos constatar que a sensibilidade ao glúten não celíaco teria uma correlação promissora com a tireoidite de Hashimoto e que poderia sim influenciar negativamente na resposta tireoidiana, sendo necessário adaptações na dieta alimentar a fim de ter uma redução nos danos causados por essa associação.