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AGRADECIMENTOSAgradecer é admitir que houve um momento em que se precisou de alguém; é reconhecer que o homem jamais poderá lograr para si o dom de ser auto-suficiente. Ninguém e nada cresce sozinho, sempre é preciso um olhar de apoio, uma palavra de incentivo, um gesto de compreensão, uma atitude de amor. A lista, a seguir, mesmo que extensa, não contempla todas as pessoas que participaram do percurso desta tese. Sendo assim, sintam-se também incluídos aqueles que se reconhecerem contribuintes deste trabalho, da mesma forma que sou grata: Desde a antiguidade, as características epidemiológicas da hanseníase favoreceram sua propagação, principalmente diante de condições de adensamento populacional, deficiência de cuidados de higiene e baixa imunidade. As deformidades provocadas pela doença sempre degradaram a imagem do indivíduo, favorecendo a sua estigmatização. A intensificação do esforço em segregar os doentes com hanseníase no Brasil foi resultado de escolhas e formas de intervir na sociedade. A situação econômica do século XIX e XX, justificada pelo aumento dos casos de hanseníase e da necessidade de proteger a sociedade, levou as autoridades amazonenses, espelhadas nas condutas praticadas na Europa séculos atrás, a buscarem formas de criar locais para segregação e controle dos pacientes. Foi com este fim que surgiu o Leprosário Colônia Antonio Aleixo, no município de Manaus, em 1942. Nossa pesquisa tem como objetivo analisar a reprodução social (relação trabalho e vida) de moradores do bairro Colônia Antonio Aleixo em Manaus (AM), ex-colônia de hansenianos desde sua instalação até a atualidade, na transição de leprosário a bairro. Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa, de natureza transversal descritivo-analítico, com abordagem baseada na concepção materialista e dialética da história, tendo sido privilegiados levantamentos de campo, com entrevistas, aplicação de questionários, mapeamentos e séries fotográficas, bem como levantamentos em fontes secundárias, em órgãos governamentais e núcleos de pesquisa, além de revisão bibliográfica. Os resultados mostram a discriminação e as práticas excludentes que os portadores de hanseníase puderam experimentar, praticada pela sociedade, família, governo, equipe de saúde e pelos administradores da Colônia. As redes sociais presentes na Colônia mostraram-se muito importantes para o enfrentamento da doença, seja pela sua função objetiva (ajuda prática), seja pela sua função subjetiva (apoio e afeto). Analisando a forma de viver dos doentes segregados, percebemos como o tratamento negligenciado os levou a consequências físicas e sociais graves, atingindo sua autonomia e sua auto-estima. Embora o bairro hoje possua serviços básicos de infraestrutura (escolas, hospitais, energia elétrica, água potável, transporte, segurança, dentre outros), todos apresentam graves deficiências. Quanto à situação socioeconômica das famílias do bairro, percebemos que 77,8% delas apresentam deficientes formas de trabalh...