Abstract:RESUMO: O objetivo deste artigo é analisar a construção da noção de doença alcoólica em uma associação de ex-bebedores: os Alcoólicos Anônimos (A.A.). A partir de pesquisa etnográfica realizada com familiares e membros do grupo Sapopemba de A.A., localizado em bairro da periferia da cidade de São Paulo, no Brasil, enfatiza-se o papel dessa entidade como um espaço privilegiado para o estudo antropológico da experiência do alcoolismo, a partir de uma perspectiva êmica, isto é, tal como ela é vivenciada e gerida … Show more
“…Durante os relatos que ocorrem nas reuniões, os membros dos grupos buscam entender a problemática da situação pela qual está ou esteve envolvido, para que possam adquirir força suficiente para adaptar-se ao tratamento e recuperação propostos a eles (CAMPOS, 2005).…”
Section: Os Grupos De Autoajuda E Os Narcóticos Anônimosunclassified
“…Durante os relatos que ocorrem nas reuniões, os membros dos grupos buscam entender a problemática da situação pela qual está ou esteve envolvido, para que possam adquirir força suficiente para adaptar-se ao tratamento e recuperação propostos a eles (CAMPOS, 2005).…”
Section: Os Grupos De Autoajuda E Os Narcóticos Anônimosunclassified
“…Enquanto para o "homem alcoólico", o uso considerado abusivo de álcool provoca a deterioração "física" e "moral", comprometendo a responsabilidade moral no cuidado de si e de sua família, expressa na representação do "homem provedor" (Campos, 2005), as implicações desse uso para as mulheres entrevistadas são formatadas pela assimetria em relação ao homem, própria das relações de gênero vividas no interior da esfera familiar.…”
Section: áLcool Família E Gênero: Os Sentidos Da Alcoolização Entre unclassified
“…A noção de "dependência do álcool" remete, fundamentalmente, a uma perspectiva substantivista, de modo que a dependência segue uma progressão linear (Vaillant, 1999;Jelinek, 1960). Já as pesquisas desenvolvidas no campo das ciências humanas e sociais, apontam para a intermitência dos estados de alcoolização observados, relativizando os padrões de regularidade e estabilidade preconizados pela noção de dependência, contribuindo para dessubstancializar o conceito de alcoolismo, remetendo-o ao contexto sociocultural no qual o uso do álcool está inserido (Fainzang, 2007(Fainzang, , 1996Campos, 2005Campos, , 2004. É seguindo essa linha que, neste artigo, pretendemos abordar o tema do "alcoolismo feminino", a partir das representações de mulheres que fazem um uso considerado abusivo de álcool.…”
O objetivo deste trabalho foi compreender as representações e os significados elaborados sobre o uso de álcool por mulheres em tratamento no Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (CRATOD), localizado na cidade de São Paulo-Brasil. Para tanto, realizaram-se entrevistas semiestruturadas com mulheres que fazem uso considerado abusivo de álcool. Para essas mulheres, as representações sobre o uso do álcool estão ligadas às relações familiares, profissionais e de gênero, que definem os modos de classificação do uso do álcool concebidos como socialmente aceito e como abusivo e, por essa via, acionam um sistema de acusações, que envolve os valores próprios do universo sociocultural no qual estão inseridas, identificando-as como "mulheres que abusam do álcool", isto é, mulheres que não cumprem suas obrigações sociais nas esferas da família e do trabalho.
“…Com o passar do tempo, o movimento de temperança chegou a reunir mais de meio milhão de pessoas e fortaleceu sua idéia da abstinência total de bebidas alcoólicas, vindo a exercer grande influência na aprovação da Lei Seca em 1920, nos Estados Unidos 20 . (CAMPOS, 2005) Além do consumo de bebidas alcoólicas, o uso indiscriminado de outras drogas era motivo de preocupação para a sociedade norte-americana desde o fim do século XIX 21 .…”
Este trabalho teve por finalidade verificar os interesses que levaram o Drug AbuseResistance Education, um programa de prevenção ao uso de drogas criado nos Estados Unidos no início da década de 1980, a ser aplicado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo a partir de 1993, adotando no Brasil o nome de Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência, conhecido através da sigla PROERD. Para tanto, fez-se necessário estudar as políticas de prevenção ao uso de drogas adotadas pelos dois países, bem como a legislação que permitiu à polícia militar aplicar um programa de prevenção nas escolas. As relações entre Brasil e Estados Unidos a partir de 1930 também foram pesquisadas, fazendo-se um levantamento histórico desde então, até o final do regime militar e início da redemocratização do Brasil, abordando o papel desempenhado pelas forças repressivas do Estado durante este período. A criação da Polícia Militar do Estado de São Paulo no inicio da década de 1970 também foi pesquisada, assim como as mudanças sociais que ocorreram ao longo de sua existência e que passaram a exigir alterações em seu modo de agir, requerendo a adoção do policiamento comunitário. A imagem construída pela instituição policial militar, principalmente durante o regime militar, favoreceu o seu distanciamento da comunidade e a reprovação dos seus atos pelos cidadãos, que passaram a cobrar uma polícia comprometida com a defesa da vida e da integridade, sendo o PROERD e o policiamento comunitário tentativas de resgatar o relacionamento com a sociedade, construindo uma imagem mais positiva da polícia no que se refere a uma perspectiva humanista.
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