Vaginose bacteriana é definida como uma síndrome clínica polimicrobiana envolvendo a substituição de Lactobacillus spp. por microrganismos de vários gêneros, incluindo bactérias anaeróbias como Prevotella sp., Mobiluncus sp., Atopobium vaginae; Gardnerella vaginalis, Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum entre outras bactérias. O diagnóstico laboratorial de escolha para pesquisa de VB é a bacterioscopia pelo Gram, método simplificado por Nugent. No entanto, a VB e outras alterações relacionadas às infecções do trato genital feminino podem ser determinadas método de Papanicolaou, pela evidência de base nebulosa de pequenos cocobacilos, presença de clue cells e ausência notável de lactobacilos. Método: estudo transversal, com 102 mulheres, das quais foram examinados esfregaços da região ecto e endocervical do colo do útero pelo método de Papanicolaou, e de fundo de saco vaginal pelo método de Gram interpretados pelo escore de Nugent. Resultados: parâmetros indicadores de vaginose pelo PapaClue e Bethesda pelo Papanicolaou, comparado com o método de Gram segundo os critérios de Nugent mostrou que a maior parte dos resultados dos dois testes (Gram e Pap) é discordante na população estudada, concordância ruim (Kappa = 0,349) e concordância boa (Kappa = 0,489), respectivamente (p < 0,001). Quando os parâmetros do Papanicolaou são comparados entre si, a combinação PapaClue/Bethesda apresentou concordância boa (Kappa < 0,539), também com significância estatística (p < 0,001). Conclusão: Esta pesquisa demonstrou baixa detecção de VB pelo Pap (5 %) em relação ao Gram (19%), em maioria (75%) de mulheres na fase reprodutiva.Palavras chave: Vaginose bacteriana. Teste de Papanicolaou. Colo do útero .