Consumo de álcool e drogas ilícitas e envolvimento de adolescentes em violência física em Pernambuco, Brasil

Abstract

O objetivo foi estimar a prevalência e analisar a associação do consumo de álcool e drogas ilícitas com indicadores de violência física em adolescentes. Estudo transversal repetido com estudantes do Ensino Médio em escolas da rede pública em Pernambuco, Brasil (2006, n = 4.207; 2011, n = 6.264). Os dados foram obtidos por questionário. Os indicadores de violência física foram: vitimização por violência física; envolvimento em brigas. As variáveis independentes foram: consumo de álcool e uso de drogas ilícitas. A regressão logística binária foi utilizada para verificar a associação entre o consumo de álcool e drogas e ter sofrido violência física. A prevalência do consumo de álcool por adolescentes que sofreram violência física reduziu em cinco anos, porém, nenhuma alteração foi constatada no uso de drogas ilícitas. As variáveis comportamentais estiveram associadas aos diferentes indicadores de violência, apresentando em geral uma tendência de aumento. Em 2006, adolescentes que usavam drogas ilícitas apresentaram uma chance 2,12 maior de sofrer violência física, e em 2011 este valor foi de 2,41 (IC95%: 1,80; 3,22). A chance de adolescentes que consumiam bebida alcoólica ter envolvimento em brigas aumentou de 1,96 (IC95%: 1,64; 2,34) em 2006, para 2,11 (IC95%: 1,78; 2,51) em 2011. O consumo de álcool pelos adolescentes que sofreram violência física diminuiu em cinco anos, entretanto, o risco de os adolescentes que consumiram bebida alcoólica ou usaram drogas ilícitas sofrerem violência física aumentou ao longo de cinco anos.

Notificações de violência física contra pessoas com deficiência no Espírito Santo, Brasil, no período de 2011 a 2018

“…Outra pesquisa também mostrou que a violência física se relaciona com o consumo de álcool por parte do agressor 16 . Desse modo, a bebida alcoólica ao ser ingerida pode causar efeitos que originam ou estimular comportamentos violentos, como a distorção cognitiva, julgamento errado e mudança neuroquímica 20 , se tornando assim um potencializador e facilitador desse processo de violência 21 .…”

Epidemiological and conjunctural characterization of violence in Brazil from 2011 to 2020

“…When evaluating the profile of the aggressor, alcohol use was found in a large number of cases, which allows us to recognize this practice as an important modifiable risk factor for violence (Souto et al, 2017). This substance, through its psychoactive and disinhibitory effect, corroborates the loss of critical sense, increased aggressive behavior, cognitive distortion, attention deficit and neurochemical changes, a fact that contributes to the genesis and maintenance of violent behaviors (Queiroz et al, 2021).…”

“…It is also worth noting that, in the long term, chronic alcohol consumption can lead to sleep deprivation, withdrawal crises and impairment of neuropsychic functioning, a conjuncture favorable to the perpetuation of aggressive and unpredictable behavior (Queiroz et al, 2021). This situation reinforces the need for a partnership between government, education and health sectors to implement actions aimed at mitigating the risks and losses, whether individual or collective, of alcohol consumption (Priotto & de Moura, 2020).…”

Profile of violence perpetrated by adolescents

“…17 Literature suggests that boys are more exposed to violence, especially outside the family, making them a risk group for witnessing, suffering, and perpetrating violent acts. 18 They often exhibit aggressive behaviors, which is why they get involved more in fights, thefts, violent crimes, and vandalism. 19 The aggressive behavior that is more frequently practiced by and against male adolescents is part of constructing a masculinity that seeks social acceptance Pensar Enfermagem / v.28 n.01 / May 2024 | 47 DOI: 10.56732/pensarenf.v28i1.309…”