Abstract:Resumo: A ocorrência de sentenças denominadas de "tópico-sujeito" vem sendo atestada no português do Brasil desde a década de 1980. O tópico-sujeito é descrito na literatura como uma das construções que singularizam o português brasileiro perante o português europeu e outras línguas românicas, especialmente no tocante às propriedades da posição de sujeito. Este artigo analisa as sentenças de tópico-sujeito sob os pressupostos teóricos da gramática gerativa e propõe que: (i) o rótulo "tópico-sujeito" abrange um… Show more
“…This construction is derived from a left-dislocated structure, where the locative or temporal left-dislocated DP triggers verbal agreement (AVELAR;GALVES, 2011;MUNHOZ;PILATI;. This can be clearly seen when the dislocated element is plural.…”
A assimetria entre relativas de sujeito e de objeto tem sido atestada nos trabalhos sobre processamento com adultos (WANNER; MARATSOS, 1978; WARREN; GIBSON, 2002) e em aquisição da linguagem (UTZERI, 2007; ADANI; SEHM; ZUKOWSKI, 2012). No âmbito da aquisição, Friedmann, Belletti e Rizzi (2009) sugeriram um tratamento formal, em termos de efeitos de intervenção e Costa et al. (2015) expandiram o alcance da proposta para relativas PP, considerando dados do português europeu. Este trabalho amplia essa discussão, a partir de um estudo de eliciação com crianças de 4-5 anos falantes de português brasileiro, contrastando relativas PP, com verbos inergativos, com intervenção, e meteorológicos, sem intervenção. Nossos resultados indicam diferenças entre esses tipos de verbos para crianças mais novas. Sugere-se que o alcance explicativo da hipótese da intervenção pode ser impactado ao se considerarem custos de processamento na produção vinculados à disponibilidade de estruturas alternativas, menos complexas, na língua.
“…This construction is derived from a left-dislocated structure, where the locative or temporal left-dislocated DP triggers verbal agreement (AVELAR;GALVES, 2011;MUNHOZ;PILATI;. This can be clearly seen when the dislocated element is plural.…”
A assimetria entre relativas de sujeito e de objeto tem sido atestada nos trabalhos sobre processamento com adultos (WANNER; MARATSOS, 1978; WARREN; GIBSON, 2002) e em aquisição da linguagem (UTZERI, 2007; ADANI; SEHM; ZUKOWSKI, 2012). No âmbito da aquisição, Friedmann, Belletti e Rizzi (2009) sugeriram um tratamento formal, em termos de efeitos de intervenção e Costa et al. (2015) expandiram o alcance da proposta para relativas PP, considerando dados do português europeu. Este trabalho amplia essa discussão, a partir de um estudo de eliciação com crianças de 4-5 anos falantes de português brasileiro, contrastando relativas PP, com verbos inergativos, com intervenção, e meteorológicos, sem intervenção. Nossos resultados indicam diferenças entre esses tipos de verbos para crianças mais novas. Sugere-se que o alcance explicativo da hipótese da intervenção pode ser impactado ao se considerarem custos de processamento na produção vinculados à disponibilidade de estruturas alternativas, menos complexas, na língua.
“…We identify a gap in the literature, in that the latter problem has been addressed in various papers (Galves, 1998;Negrão & Viotti, 2008;Avelar & Galves, 2011a;Munhoz & Naves, 2012, Pilati & Naves, 2012, whereas the former has been mostly neglected. For this reason we focus on this issue, thus exploring a unified analysis of the argument structures out of which subject topics are derived.…”
In this paper we discuss the phenomenon of subject topics, consisting of the movement of either a genitive or a locative constituent into subject position in Brazilian Portuguese. This construction occurs with different verb classes, shows subject-verb agreement and precludes a resumptive pronoun. The goal of the present text is to account for its distribution. To do so, we argue that the two subclasses of unaccusative verbs found with genitive and locative topics instantiate some sort of secondary predication, and that only specific configurations allow for the movement of a constituent out of the argument structure domain. Finally, we address the comparative issue involved in explaining why the derivation of such a construction is not possible in European Portuguese.
“…Eventuais erros e inconsistências são de minha responsabilidade. GUINHO, 2006;MUNHOZ;NAVES, 2012;TONIETTE, 2013). Essa lista não inclui alguns trabalhos que abarcam uma maior quantidade de contextos em que ocorrem sujeitos ditos "não argumentais", isto é, elementos baixos na hierarquia temática, como predicados inergativos e transitivos com uso intransitivo (AVELAR;CYRINO, 2008;NE-GRÃO;VIOTTI, 2008 Note que (29b)=(30a).…”
Este artigo analisa os tópicos-sujeito locativos no português brasileiro a partir de um estudo baseado em corpus. Tais elementos apresentam concordância verbal apesar de ocuparem posições baixas na hierarquia temática. O objetivo do trabalho é discutir hipóteses lançadas na literatura sobre sua estrutura sintática, assim como sobre sua interpretação semântica e pragmática. Para tanto, analisa dados colhidos num sítio de reclamações na rede, tanto quantitativa quanto qualitativamente. As conclusões alcançadas são: (i) há duas gramáticas no português brasileiro, sendo que aquele com traço conservador limita a ocorrência do fenômeno a predicados imperfectivos com acionalidade não culminativa; (ii) o constituinte tema refere sempre elemento [-animado]; (iii) o constituinte locativo é consistentemente dado no discurso, podendo tanto elevar um referente à categoria informacional de Tópico ou mantê-lo nessa condição. Tais resultados confirmam que a posição de base dos tópicos-sujeito é bastante baixa na estrutura, e que sua posição final consiste na posição canônica de sujeito (Spec,IP).
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