Sabe-se que a caça e a pesca fornecem a maior parte da proteína presente na dieta das populações amazônicas, e que com o subdesenvolvimento existente na maioria dessas comunidades a caça de subsistência geralmente passa a ser predatória, fomentando assim atividades ilegais de comércio de animais e seus produtos. O objetivo do presente estudo foi registrar e quantificar o comércio ilegal de animais silvestres na Feira Livre do Bairro da Liberdade, em Manacapuru, Estado do Amazonas. Para isso foi realizado nesse local um censo diário entre 20 e 22 de abril de 2009. No último dia de amostragem, após a realização do censo, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com os proprietários dos três estandes onde a venda ilegal foi registrada. Durante os censos foram registradas a venda ilegal de cinco espécies de mamíferos, sendo elas o peixe-boi (Trichechus inunguis), a anta (Tapirus terrestris), o veado (Mazama sp.), a paca (Cuniculus paca) e a capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), além de uma espécie de testudines (tracajá, Podocnemis unifilis) e uma de peixe ilegalmente comercializada na região (pirarucu, Arapaima gigas). Os entrevistados citaram diversos outros animais, sendo os mesmos comercializados mortos para serem geralmente utilizados como alimento (porcos-do-mato, cutias, macacos, tatus, tartarugas, jacarés, além de mutuns, jacus, papagaios e outras aves) e vivos (ariranha, Pteronura brasiliensis, papagaios e macacos). Os resultados apresentados neste estudo enfatizam a necessidade de uma maior fiscalização do comércio ilegal de animais silvestres na cidade de Manacapuru e região por agências ambientais do governo. É urgentemente necessário que seja implementado um programa de educação ambiental, que irá contribuir para que o desenvolvimento sustentável seja alcançado na região.