Conhecimento de estudantes de Odontologia sobre as hepatites virais e sua relevância na prática clínica

Abstract

O risco de contaminação das hepatites virais pode ser acentuado por lesões acidentais e pela manipulação de fluidos biológicos durante a prática odontológica. Este estudo teve como objetivo avaliar o nível de conhecimento dos estudantes de Odontologia sobre as hepatites virais e sua relevância na prática clínica. Realizou-se um estudo transversal, de caráter exploratório e abordagem quantitativa, com graduandos em Odontologia de uma universidade pública brasileira matriculados no ano de 2019. A amostragem foi do tipo não-probabilística intencional e o grupo de estudo incluiu 184 estudantes que já desenvolviam atividades clínicas. Os voluntários responderam a um questionário com perguntas abertas sobre aspectos gerais das hepatites virais e sua relevância na Odontologia. Empregou-se os testes do qui-quadrado de Pearson e exato de Fisher para mensurar a associação entre o conhecimento dos estudantes e a sua fase acadêmica. Considerou-se como significantes valores de p≤0,05. A taxa de respostas obtidas foi de 40,2% (n=74). Houve uma maior proporção de respostas corretas sobre os sinais e sintomas das hepatites virais entre os estudantes do sétimo ao décimo semestre (p<0,001). Esse grupo também demonstrou maior conhecimento sobre as medidas específicas de prevenção contra a hepatite B (p=0,01). Apenas 23% (n=17) dos participantes do estudo estavam cientes quanto às complicações clínicas mais comuns das hepatites virais. O nível de conhecimento dos estudantes de Odontologia sobre as hepatites virais foi considerado baixo. Os graduandos dos dois grupos analisados exibiram um desempenho similar para a maioria dos itens avaliados.

Conhecimento da população de São José dos Campos em relação a transmissão e prevenção das hepatites virais

“…Segundo Soto-Salgado et al ( 2011), a prevenção primária contra as hepatites A e B são alcançadas pela vacinação e neste mesmo estudo onde ele avaliou o conhecimento sobre as hepatites virais em adultos porto-riquenhos, cerca de metade dos participantes sabiam da existência da vacina contra o HAV. Em um outro estudo conduzido por Costa et al (2023), onde foi avaliado o conhecimento de estudantes de Odontologia sobre as hepatites virais, a maioria dos estudantes, cerca de 74,3%, tinham o conhecimento da disponibilidade da vacina contra o HBV. Contudo, no estudo de Cruz et al (2018), a maioria dos participantes não sabiam da existência das vacinas contra o HAV e o HBV, o que foi considerado para as autoras uma situação alarmante, pois essas vacinas estão disponíveis no Programa Nacional de Imunização (PNI) para toda a população brasileira e reduziria os casos de hepatites A e B. Embora, no presente estudo, apenas 17,3% não sabiam da existência das vacinas contra o HAV e o HBV, ainda é uma situação que merece atenção das autoridades em saúde e revela uma necessidade de maior conscientização da população.…”