Conhecimento de acadêmicos de Enfermagem sobre a violência obstétrica

Abstract

Introdução: A violência obstétrica é um fenômeno multifatorial mundial. É caracterizada pelo tratamento desrespeitoso no contexto das instituições de saúde, durante o ciclo gravídico-puerperal. Dessa forma, identificar o conhecimento dos futuros profissionais de saúde sobre esse tema é uma maneira de contribuir para o desenho de estratégias de ensino que favoreçam uma formação profissional consciente e comprometida com a prevenção e enfrentamento da violência obstétrica. Objetivo: Avaliar o nível de conhecimento de estudantes de enfermagem sobre Violência Obstétrica. Métodos: Pesquisa descritiva e exploratória, com abordagem quantitativa, com amostra de 115 acadêmicos de uma universidade pública. Os dados foram coletados com aplicação de instrumento estruturado. As questões foram analisadas utilizando testes estatísticos e modelos de regressão de Poisson com variância robusta. Resultados: Cerca de 99,1% dos estudantes tiveram contato com o tema e 56,3% conhecem alguém que sofreu violência obstétrica. A universidade e as redes sociais foram citadas como as principais fontes de informação. Apenas 10,5% foram capazes de estimar quantas mulheres atualmente sofrem violência obstétrica; 13% conhecem a legislação disponível e 33,04% disseram saber como fazer uma denúncia. Conclusão: Os achados indicam que os acadêmicos possuem conhecimento superficial sobre o tema investigado, ignorando os aspectos epidemiológicos, a legislação vigente no Brasil e os equipamentos disponíveis para a denúncia. Esses resultados justificam a qualificação do ensino sobre violência obstétrica no processo de formação desses futuros profissionais, como estratégia de prevenção e combate à violência obstétrica.

Obstetric Violence: What Do Midwifery Students Know?

“…However, after examining the newborn in the postpartum period, it was determined that the obstetric violence diagnosis levels of the students were insufficient in cases such as skin-to-skin contact, intervention in the position of the pregnant, whether a companion was taken during labor and delivery. Similar results are seen in some studies in the literatüre (Ramos et al, 2022;Çetin et al, 2023). Situations such as the educational content received by the students, the practices that cannot be based on the scientific evidence they encountered in clinical practice, and the incompatibility of what they learned in theory with practice; suggesting that it affects obstetric severity diagnosis levels and OV perceptions.…”

“…The results of the study are similar to the literature. In addition, the results of this research explain the causes of obstetric violence; It is based on insensitive and unethical education curricula, the weakening of midwives and nurses as practitioners, the lack of responsibility and dedication of health workers, and inadequate policies (Ramos et al, 2022;Azzam et al, 2023;Çetin et al, 2023). As in the studies in the literature, this study confirms the need for effective public policies in the fight against obstetric violence.…”

“…When the witnessing status was examined, it was determined that 14% of British medical students and 49% of Indian medical students witnessed this situation during clinical practice. In a study conducted by Ramos et al (2022) with nursing students in Brazil, it was determined that 99.1% of the students knew about obstetric violence, while 57.3% of them knew someone who was exposed to obstetric violence. In another study conducted in Spain; midwifery, nursing and medical students have been found to have a high perception of obstetric violence .…”

As Contribuições Da Enfermagem Contra a Violência Obstétrica

“…Foram incluídos no estudo 18 artigos, sendo que destes 50% ( 9 Fonte: ALVARES et al, 2018;SILVA et al, 2019SILVA et al, , 2020LANSKY et al, 2019;MENEZES et al, 2020;RIBEIRO et al, 2020;MARRERO et al, 2020;RAMOS et al, 2021;RODRIGUES et al, Tratamento áspero (MENEZES et al, 2020).…”

Obstetric violence in medical and nursing training

“…pode corroborar com este achado. Outras pesquisas feitas com estudantes de Medicina demonstram que estes possuem um conhecimento adequado sobre a VO, porém por terem uma formação mais tecnicista e voltada aos saberes biomédicos podem considerar estas práticas como rotineiras 56,57 enquanto os estudantes da Enfermagem de modo geral, têm sua formação mais voltada para o cuidado e humanização (Vieira et al, 2020;Gomes et al, 2022;Ramos et al, 2022) Nessa pesquisa, não se observou divergência no conhecimento das participantes dos dois cursos acerca do tema, entretanto, destaca-se novamente que a pesquisadora teve dificuldade em captar os estudantes da Medicina, especialmente os do último ano, enquanto com os da Enfermagem a adesão à pesquisa foi mais fácil. Considerando este dado com os achados da literatura subentende-se que talvez os estudantes de enfermagem estejam mais abertos a discutir temáticas voltadas às questões afetivas.…”