RESUMOA relação do homem com a Cannabis sativa é algo presente na humanidade há milhares de anos, para uso dos mais diversos tipos. Tem uma importância medicinal devido aos seus compostos ativos, conhecidos como canabinoides. O estudo da interação, conhecimento e uso de C. sativa é de suma importância, pois essa planta apresenta uma complexidade de aspectos que afetam diversos campos da ciência e da sociedade. O presente trabalho tem como objetivo analisar o conhecimento e o uso da C. sativa para fins medicinais pelos discentes dos cursos superiores do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Maranhão -IFMA. Para tanto, adotou-se no presente trabalho a metodologia avaliativa qualiquantitativa com o uso de questionário com perguntas abertas e fechadas referentes ao conhecimento e uso da C. sativa para fins medicinais. Foram entrevistados 84 alunos, dos cursos de Administração (44%), Licenciatura em Biologia (36%) e Licenciatura em Matemática (20%). Identificou-se que os participantes conhecem patologias que podem ser tratadas com o uso da C. sativa, sendo a maiorias destas, relacionadas ao sistema nervoso. Além disso, a maioria dos participantes informaram que já usaram ou conhecem alguém que fizeram o uso. A maioria dos alunos, informaram que não há efeitos colaterais para o uso da C. sativa como fins medicinais. Os resultados do GLMM mostraram que houve diferença significativa entre os cursos (p<0,05), sobre o conhecimento das patologias tratadas pela C. Sativa e também por apresentar uma maior aceitação da mesma para o tratamento de doenças, sendo estatisticamente superior para os alunos do curso superior em Biologia (p<0,05). A religião foi uma variável preditora que influenciou na tomada de decisão (positiva ou negativa) para a aceitação ou não no uso da C. sativa para o tratamento de doenças. O GLMM mostrou que os católicos estão mais propensos a apoiarem positivamente o uso da C. sativa, enquanto a protestante a não apoiarem. Ambas, foram importantes para a tomada de decisão (p<0,05), enquanto que as demais não apresentaram nenhuma validade (p>0,05). Por fim, os dados demonstraram que a idade e sexo não foram um preditor significativo no uso ou aceitação da C. sativa para o tratamento de doenças.