As doenças periodontais consistem em um processo inflamatório periodontal, resultante do acúmulo de biofilme bacteriano na superfície dentária, associadas a condições socioeconômicas desfavoráveis e a comportamentos prejudiciais à saúde como tabagismo, alcoolismo, dieta insatisfatória, higiene bucal deficiente e dificuldade de acesso aos serviços de saúde (YALCIN et al, 2001; TRINDADE et al., 2018). São consideradas um dos principais problemas de saúde bucal, podendo resultar desde a perda dentária até repercussões sistêmicas. (PETERSEN et al., 2005), dentre elas os desfechos adversos da gestação.No período gestacional, as alterações periodontais são prevalentes na maioria da população, entre 35% a 100%, baseado em observações clínicas (Trindade et al., 2017). O aumento dos níveis hormonais na gravidez ocasiona mudanças fisiológicas no organismo da mulher, inclusive afetando o tecido periodontal (GÜNCÜ; TÖZÜM; ÇAGLAYAN, 2005). A presença de associação entre a periodontite em gestantes e a ocorrência dos referidos desfechos foram observados em estudos prévios, a qual se manteve mesmo quando os fatores foram controlados. (CRUZ et al., 2005, GOMES-FILHO et al., 2009; KUMAR et al., 2013).A presença de infecção urinária é um fator de risco para os desfechos adversos na gestação mais consolidado na literatura. Segundo McKeown et al (2004), dentre as complicações da infecção urinária durante a gestação estão, o parto pré-termo, recém-nascidos de baixo peso, ruptura prematura de membranas amnióticas e mortalidade fetal.Diante do exposto, o presente trabalho buscou avaliar associação entre a infecção urinária e o baixo peso ao nascer em puérperas com e sem periodontite avaliadas em um período de dez anos no município de Feira de Santana.