Concepções da equipe de odontologia da atenção primária à saúde sobre precauções padrão

Abstract

Objetivou identificar a concepção da equipe de odontologia da Atenção Primária em Saúde (APS) quanto às precauções padrão (PP), os obstáculos para seu uso e a segurança do local de trabalho. Estudo exploratório-descritivo, com abordagem quantitativa, realizado com 70,27% da equipe de odontologia da APS de município paulista, utilizando-se Escalas de Fatores Psicossociais e Organizacionais que Influenciam a Adesão às Precauções-Padrão. Os domínios da escala obtiveram escores intermediários e o valor geral do Coeficiente Alfa de Cronbach foi aceitável. No domínio “Clima de Segurança”, os profissionais destacaram fragilidades diante dos riscos ocupacionais, consideram o acúmulo de atividades e a falta de tempo obstáculos para a adesão às PP, além de reconhecerem a importância da educação continuada sobre a temática. Conclui-se que essa realidade compromete a prática clínica e a segurança, do profissional e do usuário, sendo necessária ampliação das discussões sobre biossegurança tanto na formação como no ambiente de trabalho.

Percepção das auxiliares e técnicas em saúde bucal do município de Três Lagoas/MS sobre biossegurança: reconsiderações em tempos de Covid-19 / Perception of oral health assistants and technicians of Três Lagoas/MS city about biosafety: reconsiderations in Covid-19 times

“…O tempo de trabalho dos profissionais da saúde tem sido descrito por alguns autores como um fator relevante quanto à aplicação das normas de biossegurança, devido aos profissionais acreditarem que pela sua experiência temporal estariam seguros frentes aos riscos ocupacionais (MOURA et al, 2017;GONÇALVES et AL., 2016;BRANDÃO-JUNIOR, 2000). Entretanto, outros estudos descrevem que não há diferenças na adoção de práticas de biossegurança entre profissionais com mais tempo de trabalho, e que esta é dependente do comportamento e conhecimento de cada profissional (CARMO, 2013;SANCHES et al, 2016;GONÇALVES et al, 2016), sendo esta dependência também relatada pelas participantes em nosso estudo. Antes da palestra, 83% acreditavam haver dificuldades em aplicar as normas de biossegurança durante o atendimento, sendo este resultado reduzido, após a capacitação, para 67%.…”

“…Constatou-se que após a palestra, 83% consideraram que o risco de acidente no ambiente de trabalho é alto, dado este percebido anteriormente por 61% das entrevistadas, corroborando com estudos prévios que identificaram maior causa de acidentes perfurocortantes e biológicos com auxiliares em saúde bucal, além da constatação que estes não aderem facilmente a uso de EPIs (TREZENA et al, 2020;SANCHES et al 2016). A não utilização dos EPIs sugere que os profissionais possam subestimar o potencial de transmissão de micro-organismos na prática odontológica (FERREIRA et al 2010).…”

“…Após a realização da palestra e da atividade prática A C B D educativa, foi perceptível que, embora haja conhecimento técnico da correta higienização das mãos seja com água e sabão ou com solução alcoólica, esta apresentou falhas principalmente nas áreas correspondentes à polpa digital e superfície ungueal, como observado na atividade prática (figura 3). Atividades práticas-lúdicas mostram-se como importantes ferramentas de conscientização e capacitação em biossegurança; entretanto, é descrito na literatura que apesar de investimentos em atividades educativas e em fornecimento de produtos para higienização das mãos, ainda há falhas com relação à técnica adequada (SCHEIDT; CARVALHO, 2006;GONÇALVES et al, 2016;SANCHES et al, 2016;RAMOS et al, 2020).…”

Conhecimento E Adesão Às Práticas De Biossegurança Por Profissionais De Saúde No Brasil: Uma Revisão Integrativa

“…Analisando esses dados, é possível perceber uma divergência, enquanto porcentagens maiores que 70% demonstraram que boa parte dos profissionais de saúde possuem a informação a respeito da higiene das mãos e reconhecem sua importância, menos de 40% utilizam a medida em sua rotina de trabalho como recomendado pelas evidências. A não adesão a essa medida pode estar relacionada a dois principais fatores: o grande número de pacientes e atividades que precisam ser realizadas em curto espaço de tempo nos serviços de saúde (27) e a defeitos na infraestrutura.…”

“…Rocha e colaboradores (22) referem que dentre os fonoaudiólogos analisados, aqueles com especialização concluída ou em curso, realizavam uma adesão maior da biossegurança quando comparados àqueles sem especialização. Essa adesão, apesar de estreitamente relacionada com o conhecimento, também é influenciada por outros fatores a exemplo da ausência de material disponível e de uma demanda muito alta de pacientes para um número reduzido de profissionais, como observado por La-Rotta et al (14) , Sanches et al (27) e Trezena et al (19) . Ainda, uma outra variável merece destaque, os anos de formação.…”