INTRODUÇÃOAnestesias loco-regionais requerem, às vezes, doses elevadas de anestésicos locais, e sempre há o risco de ocorrerem reações tóxicas, sobretudo nos sistemas cárdio-vascular e nervoso central, em caso de injeções inadvertidas intravasculares. A bupivacaína, em razão da qualidade de sua anestesia e sua ação prolongada, é um dos anestésicos locais mais utilizados atualmente 1,2 . Entretanto, desde a publicação, em 1979, de editorial na revista Anesthesiology sobre graves efeitos cárdiovasculares da intoxicação com esse agente 3 , pesquisas têm sido direcionadas na procura de novos anestésicos locais de longa ação e com menor toxicidade.Embora a bupivacaína seja sintetizada na forma de seus dois isômeros dextrógiro R(+) e levógiro L(-) 4 , até pouco tempo, ela era comercializada somente na forma de mistura racêmica, contendo 50% de cada um destes, mesmo que, desde 1972, já fosse evidenciada a menor toxicidade do isômero levógiro 5,6 . Recentemente, este isômero levógiro, denominado "levobupivacaína", começou a ser mais estudado e, em modelos animais, foi mostrado que sua dose letal seria até 1,6 maior do que a da mistura racêmica 7 . Em humanos, a levobupivacaína teria um menor efeito inotrópico negativo e produziria um menor prolongamento dos intervalos PR e QT do eletrocardiograma, característicos da intoxi-
EFEITOS