onde coordena o grupo de investigação Social Movements in the Global Age (SMAG). É doutor em Sociologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris, 2006), onde estudou com Alain Touraine. Atualmente é presidente da Associação Internacional de Sociologia (2023)(2024)(2025)(2026)(2027). Seus principais livros são: Alter-globalization: becoming actors in the global age (Polity Press, 2010) e Social movements in the 21st century (CLACSO, 2018). É editor de mais de 20 livros e revistas, incluindo Chile en movimientos (CLACSO, 2023), que coordenou com Karla Henríquez.Entre os artigos recentes, estão: "Por uma sociologia global dos movimentos sociais: para além do globalismo metodológico e do extractivismo" (Globalizations, 2023), "A guerra de deuses no Brasil: da teologia da libertação a Bolsonaro" (Educação e Sociedade, 2020) e "Sociologia global: quatro transformações" (Global Dialogue, 2023).10.17771/PUCRio.DDCIS.66120
RESUMOEste artigo busca analisar o despertar chileno à luz da onda global de movimentos sociais e revoltas cidadãs que surgiram de 2010 em diante, em todas as regiões do mundo. Realizaram-se entrevistas, observações diretas e análises da revolta chilena e de uma série de movimentos sociais ocorridos nesse período. Com base nesses resultados, o artigo propõe destacar oito características compartilhadas por essas mobilizações internacionais que contribuem para uma análise do movimento chileno e de seus impactos, quais sejam: as escalas e os espaços da ação; a forma de organização reticular e "adhocrática"; as demandas formuladas em termos de dignidade, justiça social e democratização; as dimensões subjetivas desses movimentos; as dimensões expressivas e artísticas; os espaços de encontro e de experiência; as dimensões interseccionais; e a evolução da relação com a política institucional. Analisar o movimento chileno por meio das características compartilhadas com revoltas e movimentos da "onda global de movimentos dos anos 2010" convida a mudar o olhar sobre os impactos da explosão social. Além de seus impactos no curto prazo na política institucional, intenta-se considerar as marcas do movimento em distintos âmbitos da sociedade chilena, sem negar nem a importância das mudanças políticas, nem o peso dos atores conservadores.