“…Em Petrópolis, conforme destacamos, a presença do cativeiro mantém-se pouco estudada, sugerindo uma presença reduzida do trabalho escravo na A configuração destes anúncios revela uma presença significativa da escravidão no cotidiano petropolitano. As tipologias das propagandas são variadas e abarcam uma diversidade de áreas, muitas delas relacionadas ao processo de desenvolvimento da urbe, como comércios de livros, carruagens, anúncios de oportunidades de emprego (professores, jardineiros, carroceiros, cozinheiros, criados), eventos (bailes no Hotel Bragança, espetáculos no Teatro Progresso Petropolitano), anunciantes que publicitavam as suas competências e ofereciam os seus serviços aos leitores (médicos, professores, advogados, fotógrafos, tintureiros, relojoeiros, marceneiros, correeiros, serralheiros) e negociações imobiliárias (casas, terrenos, prazos), fruto do interesse que a cidade atraiu por causa da periódica presença física da corte -sabe-se que a chegada de uma corte real é capaz de impactar o mercado imobiliário, como aconteceu com a cidade do Rio de Janeiro após a chegada de Dom João VI em 1808 [43]. Dentro desse mosaico de anúncios, no entanto, os mais frequentes foram aqueles relacionados com a compra, venda e aluguel de pessoas escravizadas ou anúncios de fugas de cativos, que também tinham uma componente comercial, pois incluíam quase sempre os valores que os anunciantes ofereciam como gratificação a quem localizasse o fugitivo.…”