Abstract:O ensaio apresenta, na primeira parte, o Dell'Arte Historica (1636) de Agostino Mascardi e seu ambiente letrado; traduz e comenta, na segunda parte, as passagens mais relevantes da preceptiva, a fim de estabelecer uma descrição de sua doutrina que permita definir, na terceira parte, os modos ibérico-italianos de escrita seiscentista da história em seus diferentes subgêneros. Pensa-se contribuir, assim, não só com a recepção do importantíssimo, mas quase desconhecido no Brasil, Dell'Arte Historica, como também … Show more
“…Por exemplo: à posteridade não interessaria quantas vezes Carlos V bebeu ou deixou de beber em uma refeição; também não seria do interesse da posteridade saber se um imperador muito religioso foi ou não casto. Tais são os exemplos dados por Le Moyne, para afirmar que nem tudo deve ser narrado pelo historiador, pois nem tudo 17 Listamos aqui alguns dos pesquisadores que trabalharam com os tratados de história dos séculos XVI e XVII, nos quais, em maior ou menor grau, não há reflexões sobre como esses tratados pintaram o historiador (PINEDA, 2007;VIDAL, 2010;SINKEVISQUE, 2006;ESTEVE, 2014;GRAFTON, 2012;ELBOJ, 2002;PINEDA, 2008 é útil para o futuro. Segundo podemos concluir de sua concepção, a história e o historiador estão a serviço da monarquia e, por isso, não se deve falar sobre tudo.…”
Section: Como Deveria Ser O Historiadorunclassified
Durante a Época Moderna, o gênero histórico passou a ter um papel relevante na configuração do Estado, sobretudo no processo da Restauração portuguesa na segunda metade do século XVII. Este artigo apresenta uma reflexão acerca das práticas de composição dessas narrativas e o uso das regras ditadas nas preceptivas, em específico as de Cabrera de Córdoba, Agostino Mascardi, San José e Le Moyne. Nesse sentido, o texto trata da maneira como letrados portugueses teceram suas obras utilizando os tratados sobre o gênero histórico.
“…Por exemplo: à posteridade não interessaria quantas vezes Carlos V bebeu ou deixou de beber em uma refeição; também não seria do interesse da posteridade saber se um imperador muito religioso foi ou não casto. Tais são os exemplos dados por Le Moyne, para afirmar que nem tudo deve ser narrado pelo historiador, pois nem tudo 17 Listamos aqui alguns dos pesquisadores que trabalharam com os tratados de história dos séculos XVI e XVII, nos quais, em maior ou menor grau, não há reflexões sobre como esses tratados pintaram o historiador (PINEDA, 2007;VIDAL, 2010;SINKEVISQUE, 2006;ESTEVE, 2014;GRAFTON, 2012;ELBOJ, 2002;PINEDA, 2008 é útil para o futuro. Segundo podemos concluir de sua concepção, a história e o historiador estão a serviço da monarquia e, por isso, não se deve falar sobre tudo.…”
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Durante a Época Moderna, o gênero histórico passou a ter um papel relevante na configuração do Estado, sobretudo no processo da Restauração portuguesa na segunda metade do século XVII. Este artigo apresenta uma reflexão acerca das práticas de composição dessas narrativas e o uso das regras ditadas nas preceptivas, em específico as de Cabrera de Córdoba, Agostino Mascardi, San José e Le Moyne. Nesse sentido, o texto trata da maneira como letrados portugueses teceram suas obras utilizando os tratados sobre o gênero histórico.
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