Abstract:Objetivo: analisar os processos judiciais relacionados à cloroquina e hidroxicloroquina, segundo indicações e registros na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), bem como nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), considerando as doenças que motivaram os pleitos, sob o olhar da bioética para o uso off-label. Metodologia: estudo documental, exploratório-descritivo, transversal, quantitativo. Foram analisados os processos judiciais por hidroxicloroquina e cloroquina, nos últimos 20 ano… Show more
“…Contudo, mesmo com essas iniciativas para evitar o uso não criterioso desses medicamentos, o cenário à época era preocupante, uma vez que houve desabastecimento de cloroquina e hidroxicloroquina no âmbito nacional. Tal fato prejudicou a continuidade do tratamento com esses agentes por pacientes que os utilizava para indicações clínicas já aprovadas (Conselho Nacional de Saúde -CNS, 2020; Oliveira et al, 2020;Santos et al, 2021).…”
O presente trabalho teve como objetivo descrever o perfil de vendas de hidroxicloroquina e de notificações de suspeitas de eventos adversos relacionados à cloroquina e à hidroxicloroquina durante a pandemia da COVID-19. Trata-se de um estudo descritivo que utilizou dados extraídos do Painel de vendas de medicamentos industrializados e do Painel de notificações de farmacovigilância. Foram vendidas 1.862.978 caixas de hidroxicloroquina entre 01/04/2020 a 31/08/2021, sendo que em média 109.586 caixas foram vendidas por mês (mediana=110.318; mínimo=72.042; máximo=187.752). Em relação às notificações, foram realizadas 1.064 notificações que envolviam cloroquina ou hidroxicloroquina entre 01/03/2020 a 31/08/2021. Mais da metade delas (n=617;57,8%) foram documentadas até junho de 2020, enquanto que apenas 40 foram registradas entre janeiro a agosto de 2021. Esses achados estão condizentes com as evidências científicas, visto que estudos in vitro e preliminares, publicados no início da pandemia, encontraram resultados promissores a respeito do uso desses medicamentos. Contudo, em meados de 2020, estudos mais robustos apontaram que esses agentes não eram eficazes para tratar nem prevenir a COVID-19, além de serem pouco seguros para o paciente. Diante disso, certamente, declinou-se o uso desses medicamentos em hospitais brasileiros. Tal fato justifica a redução do número de notificações envolvendo esses medicamentos, uma vez que a detecção e notificação de eventos adversos, frequentemente, ocorrem no âmbito hospitalar, onde o paciente é monitorado constantemente. Porém, o perfil de vendas se manteve elevado durante o período avaliado. Isso denota o quanto que o incentivo social e político influenciou os brasileiros a usarem esses medicamentos.
“…Contudo, mesmo com essas iniciativas para evitar o uso não criterioso desses medicamentos, o cenário à época era preocupante, uma vez que houve desabastecimento de cloroquina e hidroxicloroquina no âmbito nacional. Tal fato prejudicou a continuidade do tratamento com esses agentes por pacientes que os utilizava para indicações clínicas já aprovadas (Conselho Nacional de Saúde -CNS, 2020; Oliveira et al, 2020;Santos et al, 2021).…”
O presente trabalho teve como objetivo descrever o perfil de vendas de hidroxicloroquina e de notificações de suspeitas de eventos adversos relacionados à cloroquina e à hidroxicloroquina durante a pandemia da COVID-19. Trata-se de um estudo descritivo que utilizou dados extraídos do Painel de vendas de medicamentos industrializados e do Painel de notificações de farmacovigilância. Foram vendidas 1.862.978 caixas de hidroxicloroquina entre 01/04/2020 a 31/08/2021, sendo que em média 109.586 caixas foram vendidas por mês (mediana=110.318; mínimo=72.042; máximo=187.752). Em relação às notificações, foram realizadas 1.064 notificações que envolviam cloroquina ou hidroxicloroquina entre 01/03/2020 a 31/08/2021. Mais da metade delas (n=617;57,8%) foram documentadas até junho de 2020, enquanto que apenas 40 foram registradas entre janeiro a agosto de 2021. Esses achados estão condizentes com as evidências científicas, visto que estudos in vitro e preliminares, publicados no início da pandemia, encontraram resultados promissores a respeito do uso desses medicamentos. Contudo, em meados de 2020, estudos mais robustos apontaram que esses agentes não eram eficazes para tratar nem prevenir a COVID-19, além de serem pouco seguros para o paciente. Diante disso, certamente, declinou-se o uso desses medicamentos em hospitais brasileiros. Tal fato justifica a redução do número de notificações envolvendo esses medicamentos, uma vez que a detecção e notificação de eventos adversos, frequentemente, ocorrem no âmbito hospitalar, onde o paciente é monitorado constantemente. Porém, o perfil de vendas se manteve elevado durante o período avaliado. Isso denota o quanto que o incentivo social e político influenciou os brasileiros a usarem esses medicamentos.
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