A cultura da canola apresenta grande diversidade de insetos-praga, mas também diversos grupos de inimigos naturais que contribuem para o controle biológico desses insetos. Dentre estes destacam-se joaninhas (Coccinellidae), percevejos (Pentatomidae), além das aranhas (Araneae), embora estas, até o presente estudo, ainda não tenham sido inventaridas. Estudos que abordem a dinâmica de aranhas na cultura da canola são escassos no Brasil. O objetivo deste trabalho foi estudar a flutuação populacional de aranhas nessa cultura em uma área no estado do Rio Grande do Sul. O estudo foi conduzido na área experimental da Embrapa Trigo, Passo Fundo/RS, que foi cultivada com canola, Brassica napus, híbrido Hyola 433, numa área de 800 m2, em cada um dos três anos de realização da pesquisa (2015 a 2017). As coletas das aranhas foram realizadas com armadilhas-de-solo, do tipo “pitfall trap” e rede entomológica. Variáveis climatológicas foram obtidas a partir de Estação Meteorológica localizada na Embrapa Trigo. Entre os anos de 2015 a 2017, foram coletadas 754 aranhas, 336 adultos e 418 imaturos, pertencentes a 16 famílias. As famílias mais abundantes, considerando jovens e adultos, foram Araneidae (25,33%), Thomisidae (21,75%) e Linyphiidae (14,59%). No presente estudo, 21 espécies foram identificadas, sendo Misumenops pallidus a mais abundante, e as espécies Eustala fuscovittata, Lobizon humilis e Anelosimus rupunini registradas pela primeira vez para o estado do Rio Grande do Sul. Houve uma tendência de aumento populacional das aranhas à medida que também houve uma tendência no aumento da temperatura, entre os meses de junho e dezembro.