O consumo de pipoca aumenta progressivamente em todas as regiões do mundo. Variedades crioulas de milho pipoca são cultivadas pela agricultura familiar. Objetivou-se caracterizar uma variedade crioula de milho pipoca (VCP) cultivada em sistema orgânico pelos agricultores familiares. Análises realizadas: caracterização fenotípica e identificação da raça, germinação e vigor; relação espessura/largura, índice de circularidade, esfericidade, diâmetro médio geométrico, relação de diâmetro, volume, área de superfície, ângulo de repouso (AR), massa específica (MEA), peso hectolitro (PH), peso de mil grãos (PMG), cor e classificação conforme requisitos de identidade e qualidade. A VCP é de origem indígena Guarani e pertence à raça Avatí Pichingá Ihú. A variedade apresentou elevado percentual de plântulas normais e pode ser utilizada como semente. As dimensões e os índices calculados apresentaram variação importante entre os grãos, demonstrando ampla diversidade genética, típico de variedades crioulas. O AR baixo, associado às dimensões, caracterizou os grãos da VCP de tamanho pequeno. Os valores superiores para PH, MEA e PMG indicaram maiores teores de endosperma vítreo, dureza e conteúdo de amido. As coordenadas a* e b* indicaram cor vermelha e tendência ao amarelo, respectivamente. O valor baixo para o parâmetro L* indicou cor intensa da VCP. O milho foi classificado como tipo 1 conforme percentual de defeitos físicos, porém a capacidade de expansão apresentou valor abaixo da referência para comercialização. Verifica-se o potencial da variedade estudada para ser usada pelas indústrias, principalmente alimentícia. Pode-se estimular seu cultivo pela agricultura familiar, causando impacto na produção regional do grão e promovendo o resgate do germoplasma.