Abstract:Resumo. Partindo do argumento central de que a dicotomia civilização/barbárie pode ser considerada um dos eixos centrais da representação da nação nas Américas, no século XIX, este artigo analisa como o conceito de nação foi elaborado e concretizado nos textos e ações de alguns intelectuais latino-americanos, enfatizando o papel e a importância que eles atribuíam à natureza na constituição das características particulares e nacionais de um território, de um povo e de sua história. Nesse sentido, analiso como, … Show more
“…Apesar disso, interessa destacar que mesmo os significados mais ligados às territorialidades carregaram, ao longo do tempo, elementos e dimensões que colaboraram para a projeção dos mundos europeus sobre o espaço americano, alimentando, inclusive projetos de poder voltados para conceitos de identidades úteis à dominação. A ideia de uma História dos Sertões, assim, sugere que avancemos, por exemplo, a partir das contribuições dos estudos da historiadora Maria Elisa Mäder (2008). Mäder reflete sobre como as representações espaciais do século XIX são reveladoras de uma historiografia construída como imagem e semelhança da Europa.…”
Section: Para Outras Histórias Dos Sertõesunclassified
O presente artigo, escrito na forma de ensaio, discute questões teóricas e historiográficas relativas à proposta de se estabelecer a História dos Sertões como uma área específica de estudos, concebida por meio de um diálogo aberto e crítico com as demais perspectivas que tematizaram os sertões nos diferentes campos de conhecimento das Humanidades ao longo do tempo, no Brasil e no exterior. Considerando a necessária atenção à pluralidade histórica e semântica do conceito de “sertão” e seus correlatos em idiomas estrangeiros, o artigo estuda a questão do impacto das formas limitadas de história possíveis diante da imposição de um ponto de vista europeu. O artigo propõe um breve encontro entre tal ponto de vista (denominado como eurocentrismo) e as proposições de alguns estudiosos ligados aos chamados estudos pós-coloniais e estudos subalternos e pondera sobre a possibilidade de uma área de investigação dedicada à história e historiografia dos sertões organizada através da sistematização dos estudos dispersos sobre o assunto e, sobretudo, do trabalho com o conceito de sertão como ferramenta para a construção de historiografias brasileiras e americanas mais diversas e plurais. De modo geral, a pesquisa procura examinar as dimensões políticas, sociais e intelectuais de um conceito que se articula aos principais debates que compõem o âmbito historiográfico contemporâneo no que diz respeito, por exemplo, às relações entre natureza e cultura, à problemática das chamadas novas e “velhas” espacialidades (o nacional, o regional, o global etc.) e à colonialidade do poder.
“…Apesar disso, interessa destacar que mesmo os significados mais ligados às territorialidades carregaram, ao longo do tempo, elementos e dimensões que colaboraram para a projeção dos mundos europeus sobre o espaço americano, alimentando, inclusive projetos de poder voltados para conceitos de identidades úteis à dominação. A ideia de uma História dos Sertões, assim, sugere que avancemos, por exemplo, a partir das contribuições dos estudos da historiadora Maria Elisa Mäder (2008). Mäder reflete sobre como as representações espaciais do século XIX são reveladoras de uma historiografia construída como imagem e semelhança da Europa.…”
Section: Para Outras Histórias Dos Sertõesunclassified
O presente artigo, escrito na forma de ensaio, discute questões teóricas e historiográficas relativas à proposta de se estabelecer a História dos Sertões como uma área específica de estudos, concebida por meio de um diálogo aberto e crítico com as demais perspectivas que tematizaram os sertões nos diferentes campos de conhecimento das Humanidades ao longo do tempo, no Brasil e no exterior. Considerando a necessária atenção à pluralidade histórica e semântica do conceito de “sertão” e seus correlatos em idiomas estrangeiros, o artigo estuda a questão do impacto das formas limitadas de história possíveis diante da imposição de um ponto de vista europeu. O artigo propõe um breve encontro entre tal ponto de vista (denominado como eurocentrismo) e as proposições de alguns estudiosos ligados aos chamados estudos pós-coloniais e estudos subalternos e pondera sobre a possibilidade de uma área de investigação dedicada à história e historiografia dos sertões organizada através da sistematização dos estudos dispersos sobre o assunto e, sobretudo, do trabalho com o conceito de sertão como ferramenta para a construção de historiografias brasileiras e americanas mais diversas e plurais. De modo geral, a pesquisa procura examinar as dimensões políticas, sociais e intelectuais de um conceito que se articula aos principais debates que compõem o âmbito historiográfico contemporâneo no que diz respeito, por exemplo, às relações entre natureza e cultura, à problemática das chamadas novas e “velhas” espacialidades (o nacional, o regional, o global etc.) e à colonialidade do poder.
A água tem configuração essencial na vida das pessoas. O seu simbolismo vincula-se ao sagrado, ao mítico. Os rios são condutores desse fluido. Por extensão, tornam-se espaço de relevância para os sujeitos. Estes, em seu imaginário concebem os rios como elementos primordiais para a geração e manutenção das formas de vida. São eles os agentes de fertilização dos campos. São fontes de alimento, são vias de circulação. São potencialidade. São também construtores de cidades. Estas foram brotando de acordo com os usos do rio. Assim foi com Aruanã, cidade Goiana às margens do rio Araguaia. O referido rio era via de ligação entre as províncias de Goiás e do Grão-Pará. Rota para a interiorização do país. Este trabalho apresenta uma leitura do rio Araguaia pelas páginas do periódico da imprensa goiana no século XIX. Através de uma leitura investigativa, analisamos as publicações do jornal “A Matutina Meyapontense (1830-1834)”. O Brasil do século XIX foi percorrido por diversas expedições científicas. Estas adentraram o interior do país e nos ofereceram uma leitura bastante enriquecedora dos lugares percorridos. Dentre eles, o espaço do rio Araguaia. Nosso objetivo foi deslindar as construções física e social do rio Araguaia pela imprensa, influenciada pela visão dos viajantes e pelos interesses políticos, no referido século. Entender como as visões do rio Araguaia por esses órgãos enunciados repercutiram e povoaram o imaginário e os relatos posteriores.
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