Cirurgias bariátricas realizadas no Sistema Único de Saúde brasileiro entre 2010 e 2019

Abstract

A cirurgia bariátrica é um procedimento alternativo para controle da obesidade. Foi incluído no Sistema Único de Saúde em 1999 e, depois de vinte anos, ainda não supre a demanda de atendimento que cresce com as mudanças de hábito de vida da população. O presente estudo teve como objetivo levantar o número de bariátricas realizadas pelo sistema público brasileiro entre 2010 e 2019, quantificar os procedimentos por região, custo, complicações e taxa de mortalidade; além de promover visão crítica na academia. Através de dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde, foi realizada análise quantitativa e descritiva das cirurgias bariátricas dentro das variáveis objetivadas, utilizando software estatístico para testes qui-quadrado de independência e regressão logística. Em dez anos, foram realizadas 79.961 cirurgias e investido R$ 49.186 milhões em bariátricas. A distribuição das cirurgias nas regiões brasileiras não foi igualitária, sendo o sul e sudeste os locais que mais realizaram procedimentos e receberam investimentos. O crescimento das cirurgias não demonstrou diferença estatística para o número de óbitos, mas evidenciou concomitância nas complicações clínicas e cirúrgicas, com aumento de 266,66% e 800%, respectivamente. A técnica cirúrgica mais executada foi a gastroplastia com derivação intestinal (94,15%), variando 4,7% dentro do observado. Apesar do quantitativo de cirurgias praticamente ter triplicado dentro do período avaliado, constata-se insuficiência para suprir a demanda gerada pela epidemia de obesidade, sendo necessário equidade dos investimentos nesse setor. Assim, percebe-se urgência do combate legítimo da problemática no país, com políticas públicas e educação em saúde efetivas.

Caracterização epidemiológica das cirurgias bariátricas, realizadas na região norte do Brasil, entre os anos de 2011 e 2021

“…Sobre as modalidades cirúrgicas, ou seja, os tipos de cirurgias bariátricas realizadas na região Norte, nosso estudo apresentou predomínio da gastroplastia com derivação intestinal seguido da gastroplastia vertical com banda, não sendo verificado a gastrectomia em sleeve. Quanto ao cenário Nacional, a revisão feita por Oliveira et al, (2021) mostra esse mesmo padrão de técnica, sendo que em todo Brasil a frequência de gastroplastia com derivação intestinal variou de 91,5% a 96,2% de todas bariátricas realizadas.…”

“…Para Oliveira et al (2021), o aumento do número o de cirurgias bariátricas realizadas em nosso país tem relação direta com o avanço epidêmico de obesidade em nosso contexto social, visto que o procedimento, depois da refratariedade de todos os outros tratamentos, tem se apresentado como mais efetivo, seguro e com índices de complicações baixos. Além disso, os autores apontam também que a distribuição geográfica regional do procedimento se concretiza de modo desigual e remonta à carência de investimentos em algumas localidades, associado ainda ao fato preocupante de técnicas menos invasivas e mais conservadoras não serem as predominantes mentes empregadas (OLIVEIRA et al, 2021).…”

“…Para Oliveira et al (2021), o aumento do número o de cirurgias bariátricas realizadas em nosso país tem relação direta com o avanço epidêmico de obesidade em nosso contexto social, visto que o procedimento, depois da refratariedade de todos os outros tratamentos, tem se apresentado como mais efetivo, seguro e com índices de complicações baixos. Além disso, os autores apontam também que a distribuição geográfica regional do procedimento se concretiza de modo desigual e remonta à carência de investimentos em algumas localidades, associado ainda ao fato preocupante de técnicas menos invasivas e mais conservadoras não serem as predominantes mentes empregadas (OLIVEIRA et al, 2021). Outro fator importante, de acordo com Carvalho e Rosa (2018), no SUS está disponível apenas o procedimento de gastroplastia na cobertura terapêutica cirúrgica para pacientes que tenham obesidade grave, sendo que há também uma demanda imensa por esse procedimento, que aumenta a cada ano, pois de acordo com Bhering et al (2018), existem por volta de 5 milhões de brasileiros que possuem indicação para realizar cirurgia bariátrica.…”

Cirurgia bariátrica e depressão

“…Considerando a região brasileira que tinha maior registro de realização da cirurgia bariátrica, a região sudeste foi a mais prevalente entre os grupos abordados. Estudos que analisaram as características da cirurgia bariátrica realizada pelo sistema público de saúde do Brasil verificaram que a região sul foi responsável pela maioria das cirurgias, seguida pela região sudeste (Oliveira et al, 2021;Tonatto-Filho et al, 2019). Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2015), a população brasileira é basicamente formada por brancos e pardos e, na região sudeste, mais de 50% da população se declara de cor branca, corroborando com os dados obtidos.…”

Fisiopatologia da úlcera marginal após bypass gástrico e o seu tratamento: uma revisão integrativa

“…Atualmente, uma nova técnica cirúrgica bariátrica, derivada do BGYR, chamada de Bypass Gástrico em Uma Anastomose (OAGB, sigla em inglês para One Anastomisis Gastric Bypass) também vem sendo considerada (Duarte-Chavez, 2020;OLIVEIRA et al, 2021). Por utilizar uma anastomose a menos, é considerada um procedimento mais atrativo para alguns profissionais em comparação com o BGYR.…”