A globalização se impõe como uma produção intensa de perversidades, entendimento que se relaciona com o histórico colonial que é transversal a “nova globalização” em que o Estado facilita a necropolítica, que vulgariza o assassinato de crianças negras. Na tentativa de não permitir que diferenças se normalizem enquanto justificativa para a desigualdade, o Cinema Negro reconhece o potencial do audiovisual para deflagrar possibilidades de confronto dos conhecimentos, viabilizando a emersão de outros saberes e outras subjetividades que não sejam hegemônicos. Partindo de outras trajetividades que abram novos fluxos político de coabitação e circulação cultural, religiosa e simbólica, o presente artigo considera a animação “O Magrelo” de Prudente, como intercessor para se avançar nos enfrentamentos dessa necropolítica que, inclusive, situa-se no apagamento da negritude no cinema. Investigamos se na dimensão pedagógica do cinema negro há um dialogismo em construir uma outra globalização, mais ética, amparada na solidariedade como práxis.