“…Foram recolhidos livros da casa de um cidadão residente na Vila Clementino, dentre os quais Estruturalismo e Marxismo (AZEVEDO, 2017).Esses exemplos são importantes para evidenciar algumas das contradições destes períodos difusos. Nesse sentido, compreende-se a ponderação da Flamarion Maués ao usar a categoria de editoras de oposição para aquelas com as seguintes Nota-se, a partir do que foi analisado até o momento, que a Zahar Editores se enquadra em várias características, com as exceções para os itens seis e sete Terra foi Moacyr Félix, que, com sua experiência como estudante de filosofia em Paris nos anos 50, conseguia enxergar a oportunidade de editar muitos clássicos das ciências humanas(RIDENTI, 2000).Naturalmente, esse tipo de atuação contribuiu para que a editora conquistasse um público cativo entre religiosos e não religiosos, esses se preocupavam com as questões sociais, os fundamentos da igreja e diversos temas sobre o Brasil e a produção do conhecimento(CARRIJO, 2013).Assim, a editora atraiu a atenção de diferentes públicos, porém, também, dos órgãos repressores. Dentre os livros da editora que foram apreendidos pela polícia política do Rio de Janeiro, enquanto Ênio Silveira ainda estava a sua frente, constam diversos títulos que enfatizam sua relação com a igreja, além de uma aproximação com autores latino-americanos(PEREIRA, 2010).O incomodo trazido pela Paz e Terra ao Regime era tamanho, que se os livros editados e apreendidos tanto na administração de Ênio Silveira como na de Fernando Gasparian fossem somados, a editora ocuparia o segundo lugar das editoras com maior número de livros recolhidos para o acervo do DOPS/RJ, ficando atrás apenas da Civilização Brasileira (CARRIJO, 2013).…”