O caso de Limeira, SP, e da fronteira Oeste da província durante o segundo quarto do século XIX é útil para capturar uma série de especificidades desse período balizado por fortes mudanças nas condições institucionais para o acesso à terra e à propriedade de escravos, além da instabilidade política. Usam-se listas de habitantes e registros de óbito e batismo para capturar as condições dessa fronteira canavieira que já apresentava sinais de transição para a concentração no café que a caracterizaria mais tarde. Nesse quadro de forte, apesar de acidentado, crescimento da população livre e escrava, o recurso intenso ao tráfico de escravos manifestava-se ao lado de sinais de que contingentes demográficos eram perdidos para áreas mais a Oeste. Combinava-se igualmente com um certo ímpeto de construção comunitária e com a preservação de mecanismos de reprodução de casas senhoriais. Nesse quadro, aprofundava-se a desigualdade entre os livres e minguavam alguns mecanismos de mobilidade social. Paralelamente, aumentava a distância, no terreno das sociabilidades hierárquicas, das pessoas livres frente aos escravos.