Centro de Atenção Psicossocial de álcool e outras drogas: práticas desenvolvidas pelos profissionais de saúde

Abstract

O aumento no consumo de álcool entre a população tem acarretado graves problemas familiares, profissionais e sociais, associado a riscos de alta complexidade, o que levou o Ministério da Saúde a adotar estratégias para a redução de danos; entre as quais, os Centros de Atenção Psicossocial em Álcool e Outras Drogas (CAPSad). O presente estudo teve como objetivo identificar a percepção da equipe de saúde do CAPSad sobre o alcoolismo e descrever as ações que dificultam o atendimento. Realizou-se um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, por meio de uma entrevista com nove profissionais de saúde. As Questões norteadoras foram divididas em categorias para análise. Os resultados indicam categorias e subcategorias de análise, tais como: Álcool no contexto social, fatores que dificultam a adesão do usuário, necessidade de qualificação da equipe, entre outras. Dessa forma, evidenciou-se a necessidade de capacitação da equipe através de práticas de educação permanente, favorecendo e estimulando os princípios da reabilitação psicossocial.

Desenvolvimento da Escala de Reabilitação Psicossocial para Usuários de Substâncias Psicoativas

“…Na perspectiva do trabalho em equipe interdisciplinar, o planejamento das atividades do projeto terapêutico singular devem se caracterizar por intervenções fundamentadas na reabilitação psicossocial, sobretudo nos três eixos: rede social, trabalho e moradia (Zotesso et al, 2019). Nessa direção, é possível verificar que há muito trabalho e empenho de profissionais envolvidos nas estratégias de RP, mas ainda há um déficit na esfera de reinserção desses indivíduos de uma forma ativa na sociedade, ou seja, de maneira a reduzir o estigma de incapacidade que esses sujeitos carregam, ficando as ações ainda muito interiorizadas nos serviços.…”

Percepção da equipe de enfermagem sobre o trabalho no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (CAPSad)

“…A Portaria 336/02 6 representa um marco para a enfermagem no campo das substâncias psicoativas, pois, ao definir uma equipe mínima para atuação nesses serviços, regulamenta a inclusão da equipe de enfermagem dentre as trabalhadoras essenciais para funcionamento dos CAPSad. Assim, considerando que os serviços se encontram em plena expansão em todo o país, pressupõe-se que tem havido ampliação da oferta de trabalho para a equipe de enfermagem nesse campo de atuação 7 .…”

“…A assistência prestada no CAPSad para pessoas com problemas decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas necessita de trabalhadoras inventivas capazes de apoiar os sujeitos no processo de construção dos seus projetos de vida possíveis. A equipe de enfermagem está inserida dentro de uma equipe multiprofissional, que juntas se articulam de forma estratégica a rede e a política de saúde mental no território, são responsáveis por ações de promoção da saúde, cultura, lazer, esporte e educação 7,8 .…”

“…Acredita-se que, se o ofício oferece boas condições de trabalho, este é desempenhado com prazer, provocando sentimentos de realização profissional e, na maioria das vezes, também realização pessoal 21 Ressalta-se que as trabalhadoras trouxeram em suas falas a RD direcionada apenas ao uso da substância. Porém, o Ministério da Saúde traz que estratégias de RD desenvolvem uma série de intervenções que visam acessar e vincular os usuários de drogas a atividades que promovam a diminuição da vulnerabilidade associada ao consumo de drogas, a sua inserção em serviços de saúde, e a garantia dos direitos humanos e da cidadania 7,10,13 . Todas as trabalhadoras da saúde devem aplicar estratégias de RD em suas atividades diárias de atendimento no CAPSad, praticando o acolhimento, promovendo a vinculação da pessoa aos serviços e orientando sobre os danos inerentes às situações de risco a que está sujeito, inclusive esclarecendo quanto ao uso e danos das drogas que utiliza 7,10,13 .…”

“…Porém, o Ministério da Saúde traz que estratégias de RD desenvolvem uma série de intervenções que visam acessar e vincular os usuários de drogas a atividades que promovam a diminuição da vulnerabilidade associada ao consumo de drogas, a sua inserção em serviços de saúde, e a garantia dos direitos humanos e da cidadania 7,10,13 . Todas as trabalhadoras da saúde devem aplicar estratégias de RD em suas atividades diárias de atendimento no CAPSad, praticando o acolhimento, promovendo a vinculação da pessoa aos serviços e orientando sobre os danos inerentes às situações de risco a que está sujeito, inclusive esclarecendo quanto ao uso e danos das drogas que utiliza 7,10,13 . O cuidado ao usuário de drogas sempre deve ter a pessoa como prioridade principal, sendo a droga apenas um elemento que interfere na relação dela com o mundo, porém jamais capaz de definir o sujeito.…”